CRÓNICA | Quando ninguém aceita a morte

A segunda jornada da fase de grupos do Euro 2024 começou com um duelo entre duas equipas já pressionadas pelo peso de uma derrota no seu jogo inaugural. Albânia e Croácia. Para a felicidade do expectador neutro, essa pressão deu azo a um jogaço de entretenimento puro.

Brilhantismo albanês

«Esta Albânia é a melhor equipa na história do desporto internacional». Ao intervalo, era isto que comentavam os dois jornalistas do zerozero responsáveis por este jogo. Uma hipérbole, com o intuito de fazer rir, mas com um fundo de verdade…

Os elogios estão relacionados com a brilhante forma como a equipa de Sylvinho se apresentou em Hamburgo. A sua qualidade sem bola já era conhecida, mas a coragem e técnica foi surpreendente e transversal a todos os elementos da equipa, que aos 11 minutos já vencia graças a uma cabeçada certeira de Laçi.

A vantagem conquistada cedo fez lembrar o jogo frente à Itália, mas desta vez não houve lapsos defensivos nos minutos seguintes. Pelo contrário! Os albaneses aguentaram bem a pressão croata e conseguiram sempre assustar esse rival balcânico em transição. 

Primeiro Bajrami, num remate à malha lateral, depois uma bomba de Hysaj, que ecoou em cânticos pelas bancadas. Houve ainda duas defesas estrondosas de Livakovic, a negar ocasiões flagrantes de Asllani e Manaj. Até ao intervalo, o 2-0 esteve sempre mais perto do que o empate! 

Discussão até ao fim

Se este é o grupo da morte, então a Albânia marchou sob o seu estandarte e lutou com honra pela vida nesta competição, mas a Croácia é bem mais experiente neste tipo de guerras. Isso notou-se na segunda parte.

Tendo também perdido o seu jogo inaugural, a seleção de Modric e companhia estava bem ciente da importância deste confronto. Uma dupla mexida ao intervalo deu o mote para a mudança no controlo do jogo e uma nova substituição ao fim de alguns minutos - entrada de Budimir - acabou por trazer o golo… a dobrar.

Na sua primeira jogada, o experiente avançado do Osasuna serviu Kramaric para o tento do empate. Dois minutos depois, os adeptos croatas foram à loucura com o 2-1. Um autogolo de Gjasula, após remate de Sucic e mais um bom trabalho de Budimir.