CRÓNICA | Quando os graúdos têm a ajuda dos miúdos

Modric, Carvajal, Brozovic, Morata, Perisic, Nacho... Em Berlim, subiu ao relvado uma geração que, apesar de caminhar para o final de carreira, muitas alegrias deu aos respetivos adeptos. Nesse capítulo, as estrelas estavam bem repartidas. Pedri, Yamal, Nico... A nova geração espanhola - sem oponentes à altura do outro lado - mostrou-se pronta e ajudou a construir o convincente triunfo na primeira jornada (3-0).

Zlatko Dalic alinhou com o mesmo onze que entrou em campo no Jamor, no amigável frente a Portugal. Do outro lado, Luis De La Fuente apostou em dois jovens - Nico Williams e Lamine Yamal - para desequilibrar nos corredores e optou por Marc Cucurella em detrimento de Álex Grimaldo escolha surpreendente face às respetivas temporadas.

Abanar até tombar

Soado o apito inicial, os espanhóis começaram melhor. Pedri e Fábian tentaram servir Yamal e Nico, que demoraram a entrar no jogo; a Croácia, ciente que passava por uma fase menos positiva, não tremeu e esperou; minutos mais tarde, teve bola, ficou confortável e chegou perto - ainda que sem perigo - da área contrária: experiência, caro leitor.

Apesar de estar a viver um período de menor perigo, a Espanha conseguiu chegar à vantagem e, em poucos minutos, duplicou-a: Fabián Ruiz foi o grande responsável. Primeiro, o médio isolou Morata - algo trémulo nestas situações, desta feita não falhou - e, de seguida, recebeu à entrada da área, ludibriou Modric e Brozovic, como se de dois cones num simples treino se tratassem, e chutou cruzado para o fundo das redes.

A Croácia respondeu bem aos dois golos sofrido e esteve perto de marcar - Budimir quase encostou para reduzir -, mas a tarde era espanhola e Yamal comprovou-o. 16 anos, espaço pela direita e um cruzamento açucarado, perfeito para um oportuno Carvajal encostar antes da ida para os balneários. 3-0, praticamente tudo decidido em 45 minutos.

Ainda assim, havia uma segunda parte por jogar e a Croácia, longe de reentrar na discussão pelo marcador, deixou uma imagem positiva: tentou jogar e rondou o golo, mesmo sem abrir o ativo. 

Não obstante, o tempo passou, as aspirações croatas foram dissipadas - minuto 65, o da toalha ao chão, quando Modric e Kovacic foram substituídos - e a Espanha passou os últimos 25 minutos a defender com bola. Contudo, não se livrou de um pequeno susto - grande penalidade croata, convertida na recarga, mas invalidada por invasão na área antes do permitido.

Desta forma, no grupo teoricamente mais complicado da competição, a Espanha começou a todo o gás e somou os primeiros três pontos. Para as duas seleções, restam os confrontos contra a Itália e a Albânia.