CRÓNICA | Toca a guardar o champanhe: Dallas esmaga e força jogo 5; Neemias estreou-se nas finais

Apesar de parecer, vencer uma série de playoff na NBA por 4-0 é muito complicado. Fazer isso nas finais é ainda mais. Por isso, não é muito normal a equipa que está a vencer uma série por 3-0, como era o caso dos Boston Celtics contra os Mavericks, fechar logo a eliminatória. A intensidade da equipa em desvantagem é complicada de igualar e, na maioria das vezes, o 3-0 passa a 3-1.

Foi isso que aconteceu no jogo 4 das finais da NBA, na madrugada deste sábado. Os Dallas Mavericks esmagaram os Celtics, venceram por 122 - 84 e obrigaram, pelo menos, a um jogo 5. O jogo foi o completo oposto dos três anteriores e ficou cedo decidido.

Duas coisas notaram-se desde o primeiro momento de jogo. A primeira foi a urgência e agressividade com que Dallas estava a jogar, típica de uma equipa que lutava para não ser a décima a perder por 4-0 nas finais da NBA. Essa diferença de intensidade foi visível na luta pelas tabelas e, especialmente, nos ressaltos ofensivos, com os texanos a terem quase o triplo do adversário.

O segundo ponto veio de Luka Doncic, no momento defensivo, e passou para o resto da equipa. O base esloveno fez o seu jogo ofensivo e mostrou um empenho que ainda não se tinha visto nas finais. A maior capacidade em defender penetrações impediu que os Celtics conseguissem o volume de lançamentos de três pontos sem contestação e isso viu-se quase desde o início.

A equipa de Boston converteu apenas cinco dos 19 triplos que tentou na primeira parte. Para além disso, os erros não forçados e falta de lançamentos de qualidade na área pintada fizeram com que os Celtics tivessem apenas 35 pontos ao intervalo, o que significou a pior primeira parte da temporada para os favoritos ao título.

Para se ter noção da vantagem, que ao intervalo era de 26 pontos, basta dizer que Luka Doncic e Irving, juntos, estavam a ganhar por um ponto aos visitantes, no final dos dois primeiros períodos.

Passeio rumo à vitória

O arranque do terceiro quarto seria fundamental para perceber que tipo de jogo teríamos até ao final e cedo percebemos. Entre as duas faltas de Jason Tatum, que o obrigaram a ir para o banco com quatro infrações, os afundanços de Gafford e os triplos dos role players de Dallas, a vantagem rapidamente chegou à casa dos 30 pontos.

Outra nota deste jogo prendeu-se com a maior velocidade em chegar ao ataque por parte de Dallas, para não ter de lidar com a organizada defesa de Boston em todas as posses de bola. Além disso, e da inspiração das principais estrelas, Dallas também contou com algo que ainda não tinha contado, que foi talento vindo do banco. Entre Lively, Kleber, Exum ou Josh Green, foram 26 pontos nos três primeiros períodos e ainda nove ressaltos ofensivos, sendo que o jovem poste foi quem mais ajudou aqui, com sete.

Ainda dentro do terceiro período, Boston retirou os principais jogadores, desistindo de competir e tornando o 4º período numa mera formalidade. Nesse 4º período, a perder por quase 50 pontos, Neemias Queta estreou-se nestas finais, entrando a cerca de cinco minutos do fim. Terminou com dois pontos e um bloco.

Do ponto de vista individual, Luka Doncic e Irving precisaram apenas de 32 e 30 minutos, respetivamente, para marcarem 29 e 21 pontos. Do lado de Boston, ninguém chegou à marca dos 20 pontos.

O jogo 5 está marcado para a madrugada de segunda para terça-feira, pelas 01h30, novamente em Boston. Apesar da derrota, os Celtics ainda são os principais favoritos à conquista.