CRÓNICA | Um banho de humildade

6 meses atrás 55

Euforia e pessimismo, tão portugueses como fado, Fátima e futebol. Se a grande euforia criada pelo início da era Martínez tenha sido desmedida, também não é preciso perder a confiança com a derrota desta terça-feira (2-0). A exibição e o resultado confirmam, porém, a certeza que vai ser preciso fazer muito para triunfar no Euro 2024.

As conclusões da noite não podem ser positivas para o selecionador luso, derrotado pela primeira vez ao serviço das Quinas. Apática e pouco dinâmica, a equipa não rendeu com a alteração tática e unidades perderam pontos em comparação com o que foi apresentado contra a Suécia.

Pareceu turismo 

Não há como fugir aos 45 minutos iniciais de pouco interesse. Perante um Estádio cheio em Ljubljana - não é habitual no futebol esloveno -, a equipa portuguesa acusou grande sonolência e pouca capacidade de mostrar o futebol que tem encantado na era Martínez.

No jogo das suposições, os importantes dias de descanso que alguns elementos tiveram antes de integrarem a segunda fase deste estágio pode ser uma justificação. O regresso a um esquema mais puro de três centrais por Portugal coincidiu com dificuldades de criação. O bloco mais baixo do rival, em comparação com o apresentado pela Suécia, foi um desafio difícil de desmontar pelos lusos.

Um remate de João Félix por cima, ao segundo poste, acabou por ser um raro rasgo ofensivo dos visitantes até ao descanso. Martínez fez duas mexidas ao intervalo, com Francisco Conceição mais feliz em comparação com o errático António Silva.

Ao trabalho!

Estranhamente, o defesa nunca pareceu confiante no jogo e rapidamente esteve ligado a uma grande oportunidade da Eslovénia. Diogo Costa conseguiu travar o remate de Sesko, mas este foi mais um sinal que era preciso outro Portugal dentro das quatro linhas. 

Longe do melhor nível, ainda assim, a equipa lusa conseguiu ligar melhor jogo após este momento de perigo junto da sua baliza. Cristiano Ronaldo apareceu e teve uma boa oportunidade, enquanto Dalot, pouco depois, não deu o melhor seguimento ao passe do antigo companheiro em Manchester.

A noite não estava famosa, mas ganhou contornos mais duros. Adam Cerin abriu o ativo após combinar com Sesko, num lance de pouca afinação da defesa portuguesa e uma falhada tentativa de desarme por António Silva. Félix ainda acertou no poste, só que o facilitismo em zona recuada voltou a custar caro e Timi Elsnik fechou as contas da partida.

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