CRÓNICA | Um Clássico sem risos

9 meses atrás 58

Um ponto para cada um, um golo para cada lado, um empate que não é o fim de todos os males do Boavista, nem o fim do êxtase do Vitória SC, mas serve para manter as equipas despertas. Houve Clássico, só não houve festa para ninguém.

Se não tempo para grandes depressões, também não há tempo para grandes euforias. O futebol tem uma avaliação semanal e no Bessa, este sábado, essa avaliação esteve sempre bem presente na mente dos jogadores.

Panteras e Conquistadores entraram em campo determinadas em mostrar o valor inerente a cada equipa: entrega máxima em cada duelo, futebol de ataque e muita vertigem. Naquele retângulo de jogo não houve paciência, nem passividade.

Mexer nas peças, sem mexer nos homens

Jorge Couto e Ricardo Paiva, a nova dupla de treinadores do Boavista, restabeleceu a linha de quatro defesas, mas de resto não tirou protagonismo aos artistas de Petit. O Boavista entrou ofensivo e a procurar constantemente as subidas de Salvador Agra e Tiago Morais.

No entanto, a defesa vitoriana esteve sempre muito atenta e com enorme tranquilidade na construção do jogo ofensivo minhoto. A equipa de Álvaro Pacheco soube variar as opções de invadir a área boavisteira e isso foi determinante para ganhar ascendência no desafio.

A equipa de Guimarães teve dois lances de muito perigo - Nélson da Luz com um remate fora da área e Borevkovic na sequência de uma bola parada - até ao golo de Jota Silva. O avançado antecipou-se a toda a gente, desviou um cruzamento de Tiago Silva e bateu João Gonçalves.

Reagir em crescendo

Confiança parece ser uma palavra que fugiu, por estes dias, do dicionário axadrezado. Os problemas que têm afetado o clube da cidade do Porto são sentidos pela equipa na forma de jogar. Apesar de muita vontade, há inerente a todo o contexto, muito receio e ansiedade.

Apesar de tudo, o Boavista foi objetivo no sentido de inverter o resultado e ainda na primeira parte reclamou de uma grande penalidade sobre Bozenik e terminou os primeiros 45 minutos com bola e no meio campo ofensivo.

Na segunda parte, os axadrezados entraram moralizados e descobriram as debilidades vitorianas com mais facilidade: Agra foi o primeiro a fugir, mas Bozenik não ficou atrás. Sempre pelo direito, o Boavista colocou em sentido a defesa minhota e Bruno Varela. O guarda-redes do Vitória SC teve de se aplicar várias vezes para segurar o triunfo.

Catarse final

A equipa de Álvaro Pacheco optou por saídas muito rápidas e conseguiu explorar as linhas subidas do Boavista, mas não teve critério na hora da finalizar. Simultaneamente, os minhotos sentiram muito a saída, por lesão, de Tiago Silva.

O Boavista aproveitou o relaxamento ofensivo e acreditou que, com mais força, que seria possível dobrou de vez a montanha dos mãos resultados e conseguiu com uma grande penalidade de Maga sobre Reisinho: Tiago Morais marcou e igualou o encontro.

O Boavista colocou fim às cinco derrotas seguidas e o Vitória SC perdeu o embalo que ganhou depois de ter ganho ao Sporting.

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