CRÓNICA | Um (mini) balão de oxigénio

5 meses atrás 72

16º lugar. De momento, o maior pesadelo de panteras e gilistas. Com os dois lugares de descida direta muito distantes, o objetivo é fugir a todo o custo do lugar de play-off. Numa fase final, em que qualquer pontinho importa, Boavista e Gil Vicente empataram (1-1) e, ainda que a passo, distanciaram-se do temido posto.

Suspirar para encher o balão

A primeira meia hora refletiu-se bem na bancada. O Bessa voltou a abrir, gratuitamente, portas e replicou a boa casa verificada contra o Estrela - desta feita, foram 17.465 adeptos. Curiosamente - e nem a propósito - para compreender este período bastou atentar nas expressões dos milhares de adeptos.

Entusiasmados, ao ritmo do tambor, houve emoção, cânticos de apoio e emoção a cada sprint de Martim Tavares, toque de Reisinho, passe de Bruno Lourenço ou arrancada de Salvador Agra, por pouco incómoda que fosse. 

Em sentido inverso - e mesmo com a boa amostra de gilistas na bancada - a apreensão e o silêncio geral tomaram conta quando o Gil - em menos quantidade, mas em maior intensidade - criou perigo. Félix Correia, ludibriador por natureza, foi a maior dor de cabeça.

Sem fazer prever, o pé de Bruno Lourenço deu vida a tanto suspiro - seja de alívio ou de ânsia. Ainda distante da baliza, o médio ofereceu um chapéu a Andrew e, graças a um golo memorável, abriu o marcador.

O caminho para a felicidade é disputado e traiçoeiro

A partida, mesmo antes do golo inaugural, já tinha perdido algum ritmo e o Gil, equipa mais técnica e criativa, agradeceu. O empate chegou num lance confuso, na sequência de uma bola parada, com Gabriel Pereira a empurrar a bola para lá da linha de golo. Esse conforto gilista, no jogo e no marcador, continuou no segundo tempo.

Continuou - com Félix Correia uma vez mais em evidência -, mas por pouco tempo. Os adeptos da casa «obrigaram» o Boavista a recompor-se e a ir em busca dos três pontos. Recado ouvido e cumprido; em campo, axadrezados mais ofensivos e predispostos a serem felizes.

A felicidade foi procurada e pareceu estar ao virar da esquina: à entrada para o último quarto de hora, uma queda na área não abriu espaço a segundas interpretações e originou uma grande penalidade. Dos onze metros, com o bis na mira, Bruno Lourenço atirou fraco, para o meio da baliza. Andrew agradeceu e defendeu.

Até ao final, houve vontade mútuo, mexidas esperançosas, mas pouco perigo concreto. Por isso, o empate é um mal menor e as decisões ficam adiadas para as duas jornadas restantes.

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