O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero, explicou, durante uma sessão plenária da Assembleia Nacional do Poder Popular, que a situação de "economia de guerra" que atravessa a ilha tornam necessário percorrer "esse caminho" [dolarização].
Cuba está mergulhada numa profunda crise económica que se agrava há quatro anos e necessita de divisas suficientes para abastecer o seu mercado interno, após o colapso do turismo, devido à pandemia.
O setor do turismo do país caribenho ainda não recuperou os níveis anteriores, em resultado das sanções impostas pelos Estados Unidos e erros na política monetária.
No entanto, criticou Manuel Marrero, existem cerca de 2.000 milhões de dólares que circulam no setor privado e no mercado monetário informal, aos quais acedem os privados, uma vez que não podem comprar ao estado, para importar os seus produtos.
Nesse sentido, o chefe do Governo de Cuba anunciou que o país irá proibir as empresas privadas, com algumas exceções, como companhias aéreas ou empresas estrangeiras, de cobrar pelos seus produtos em moeda estrangeira.
Por outro lado, irá permitir a recolha de divisas em dinheiro no setor do turismo.
Também as importações privadas passarão a ser cobradas em moeda estrangeira.
O objetivo destas medidas, segundo explicou Manuel Marrero, será "restaurar a ordem e a disciplina".
No mesmo sentido, referiu que "será realizado um processo de limpeza das contas em moeda estrangeira das entidades estatais", sem dar mais detalhes.
Para já ainda não é conhecido o calendário para a aplicação destas medidas, que serão implementadas de forma gradual.
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