Da "transparência" à "fraude" na Venezuela. Que dizem os partidos por cá?

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Nicolás Maduro foi oficialmente reeleito como presidente da Venezuela no domingo à noite. No poder desde 2013, este resultado eleitoral gerou enorme contestação no país (e fora dele). A comunidade política portuguesa divide-se.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), tutela liderada por Paulo Rangel,  manifestou-se, na segunda-feira, sobre o processo eleitoral venezuelano, pedindo "verificação imparcial" dos resultados. 

O Governo português realça ainda que "só a transparência garantirá a legitimidade", pelo que faz um apelo "à lisura democrática e ao espírito de diálogo".

MNE pede

MNE pede "verificação imparcial" dos resultados eleitorais na Venezuela

Governo português realça que "só a transparência garantirá a legitimidade".

Notícias ao Minuto com Lusa | 09:40 - 29/07/2024

O presidente do Chega, André Ventura, defendeu que as eleições na Venezuela foram "uma fraude", uma vez que "os estudos independentes que tínhamos até ao dia, nomeadamente à boca da urna, mostravam uma clara tendência de vitória dos movimentos da oposição face a Maduro".

Ventura instou ainda o Governo a exigir que "a Venezuela divulgue as atas eleitorais integrais de todas as urnas de votos" para garantir a legitimidade do governo de Maduro, uma vez que Portugal "não pode pactuar com regimes ilícitos, nem com eleições fraudulentas".

Chega defende que eleições foram

Chega defende que eleições foram "uma fraude" e crítica declaração do MNE

O presidente do Chega, André Ventura, defendeu hoje que as eleições na Venezuela foram "uma fraude" e criticou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, por uma declaração "vazia e medrosa", apelando a maior coragem do Estado português.

Lusa | 17:25 - 29/07/2024

O Bloco de Esquerda (BE) considerou que "o governo de Maduro não cumpriu os mínimos de transparência de um processo eleitoral democrático".

"O afastamento pelo regime de várias candidaturas de esquerda contribuiu para que a alternativa a Maduro seja uma frente neoliberal que quer privatizar os recursos do país. Citando Lula, 'ou você ganha e fica ou você perde e sai'. Falta transparência para se conhecer a resposta", escreveu o partido numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O governo de Maduro não cumpriu os mínimos de transparência de um processo eleitoral democrático. A crítica vem de Gabriel Boric e Gustavo Petro, presidentes do Chile e da Colômbia, progressistas que não se confundem com posições de Washington ou do argentino Javier Milei. 1/3

— Bloco de Esquerda (@BlocoDeEsquerda) July 29, 2024

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, referiu que "é fácil ser comunista num país livre", no entanto, "o que é difícil é ser livre num país comunista".

O líder liberal adiantou ainda, numa publicação na rede social X, que "a Comissão Nacional de Eleições da Venezuela não é credível, está dominada por Nicolás Maduro. É por isso absolutamente indispensável que se conheçam os resultados das eleições mesa a mesa, por todo o país, de forma independente e imparcial. Não deve avançar qualquer reconhecimento dos resultados com base das informações oficiais da CNE de Maduro".

É fácil ser comunista num país livre. O que é difícil é ser livre num país comunista. A situação na Venezuela confirma-o mais uma vez.

— Rui Rocha (@ruirochaliberal) July 29, 2024

🇻🇪🇵🇹 RESPEITAR A VONTADE DOS VENEZUELANOS

O povo venezuelano falou nas urnas e agora é tempo de respeitar a vontade que foi expressa na eleição.

A Comissão Nacional de Eleições da Venezuela não é credível, está dominada por Nicolás Maduro. É por isso absolutamente… pic.twitter.com/V62pKX9DLN

— Iniciativa Liberal (@LiberalPT) July 29, 2024

O Livre juntou-se entretanto aos apelos para uma "verificação transparente e completa" dos resultados das eleições na Venezuela, defendendo a "recontagem" dos votos "com observadores das diferentes candidaturas e eventualmente internacionais.

Para o partido liderado por Rui Tavares, "apenas desta forma os venezuelanos conseguirão aceitar a legitimidade democrática do candidato vencedor e garantir a estabilidade social" que é precisa para a população.

Venezuela. Livre pede

Venezuela. Livre pede "verificação transparente e completa" de resultados

O Livre juntou-se hoje aos apelos para uma "verificação transparente e completa" dos resultados das eleições na Venezuela, defendendo a recontagem dos votos com observadores das diferentes candidaturas e eventualmente internacionais.

Lusa | 19:52 - 29/07/2024

Por sua vez, o Partido Comunista Português (PCP) saudou a reeleição de Maduro e repudiou "manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas" e que procuram "colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados".
 
O PCP considerou que o sufrágio reafirmou "o apoio popular ao processo bolivariano" e critica em particular a "reação do Governo português, dos Estados Unidos e da União Europeia e de quantos procuram animar a campanha promovida pela extrema-direita golpista".

PCP saúda reeleição de Maduro e repudia

PCP saúda reeleição de Maduro e repudia "manobras de ingerência"

O PCP considerou hoje que as eleições na Venezuela "reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano", saudando a reeleição de Nicolás Maduro, e repudiou "manobras de ingerência" que procuram "colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados".

Lusa | 15:52 - 29/07/2024

De recordar que, na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou oficialmente como presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.

Maduro foi reeleito na noite de domingo para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).

Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas países democráticos demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela além de Portugal, como Espanha e Estados Unidos.

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