De acordo com o INE, no ano passado a despesa das Administrações Públicas (AP) com juros diminuiu para 4.687 milhões de euros, face aos 5.170 milhões de euros registados em 2021.
O INE destaca que este decréscimo de 9,4% na despesa com juros reflete, "essencialmente, a menor despesa com os juros dos empréstimos obtidos ao abrigo do Programa de Assistência Económica e Financeira, o que se relaciona com o efeito da extensão do empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), ocorrida em julho de 2021, que se traduziu numa redução da respetiva taxa de juro".
A evolução da despesa em juros mantém, assim, a tendência decrescente iniciada em 2015: Em 2014 atingiu 8.400 milhões de euros e, em 2022, ficou abaixo dos 4.700 milhões de euros.
O défice das Administrações Públicas, em contabilidade nacional, caiu para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, abaixo da meta oficial do Governo, após se ter situado nos 2,9% em 2021, divulgou hoje o INE.
"De acordo com os resultados provisórios obtidos neste exercício, em 2022 o saldo das Administrações Públicas (AP) atingiu -944,4 milhões de euros, o que correspondeu a -0,4% do PIB (-2,9% em 2021)", refere o instituto estatístico.
Segundo os dados divulgados, a despesa total das AP aumentou 4,4% entre 2021 e 2022, refletindo o crescimento mais acentuado da despesa de capital (+15,0%) e mais moderado na despesa corrente (+3,5%).
Na despesa corrente destaca-se o acréscimo registado nas prestações sociais, exceto transferências sociais em espécie (+6,9%), que inclui o pagamento do complemento excecional a pensionistas (cerca de 990 milhões de euros), do apoio extraordinário a titulares de rendimentos e prestações sociais (cerca de 640 milhões de euros) e de apoios a famílias mais carenciadas (cerca de 370 milhões de euros).
As remunerações aumentaram 3,5%, em linha com a despesa corrente, refletindo as atualizações salariais, as valorizações remuneratórias e o crescimento do emprego.
Já o aumento da despesa de capital entre 2021 e 2022 resultou do aumento da formação bruta de capital (+7,5%) e das transferências de capital pagas (+36,2%).