Daniel Chapo promete colaboração e "segurança jurídica" na extração de gás

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"Estamos aqui para colaborar com parceiros por forma a que isto tudo aconteça e possamos fazer crescer e desenvolver estes grandes projetos", afirmou Daniel Chapo, assumindo "que Moçambique é um destino seguro para investimentos".

Jurista de profissão, Daniel Chapo, 47 anos, foi aprovado em maio pelo Comité Central do partido como candidato apoiado pela Frelimo, partido que lidera Moçambique desde 1975, à sucessão de Filipe Nyusi.

Era então, desde 2016, governador da província de Inhambane, depois das funções que desempenhou como administrador do distrito de Palma, em Cabo Delgado, onde chegou a trabalhar diretamente com as petrolíferas que preparam os megaprojetos de gás natural na bacia do Rovuma, naquela província do norte.

"A humilde experiência que tenho, de trabalhar com os megaprojetos por todos os locais onde eu passei, me permite mais uma vez vincar que a estabilidade jurídica é extremamente importante (...) Nós sabemos muito bem que estes projetos têm também compromissos com instituições financeiras internacionais, precisam do retorno do investimento e para que isto aconteça a estabilidade jurídica é importante", realçou.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, e para Daniel Chapo, a palavra-chave para as multinacionais que preparam estes megaprojetos é "confiança".

"Muita segurança para que possamos apoiar. A estabilidade jurídica é extremamente importante para os contratos desta dimensão. A estabilidade económica extremamente importante, falo isso com experiência própria. Trabalhei em Nacala [província de Nampula] com as multinacionais, trabalhei em Palma", apontou, dando a italiana Eni, que lidera o único dos três grandes projetos de gás natural já em produção, como exemplo.

O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, garantiu na quarta-feira, num encontro com investidores, que quase 80% dos 14 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros) necessários para o megaprojeto de gás em Cabo Delgado estão garantidos e que se reúne este mês em Maputo com o novo Presidente moçambicano, prevendo a retoma do projeto até final deste ano.

"Se há esta vontade e esta intenção por parte da Total, queremos desejar boas-vindas (...) No sentido da retoma do projeto e nós estamos aqui para dar todo o apoio que for necessário para a materialização do projeto, porque é extremamente importante para o desenvolvimento de Moçambique, mas também para o abastecimento desta `commodity`, que é o gás, a nível internacional", retorquiu Daniel Chapo, questionado pela Lusa.

Patrick Pouyanné reconheceu "progressos no terreno", no combate ao terrorismo que em 2021 levou a TotalEnergies a suspender o investimento em Cabo Delgado, e sublinhou a "aliança" que Moçambique tem com o Ruanda, que garante a segurança na área de instalação do projeto, na península de Afungi.

"Há uma eleição em Moçambique [eleições gerais em 09 de outubro], um novo Presidente há de chegar. Eu próprio tenciono visitar Moçambique no final do mês, para me encontrar com ele, para discutir a forma como as novas autoridades moçambicanas tencionam manter esta aliança com a Ruanda", anunciou Patrick Pouyanné.

Moçambique realiza na quarta-feira as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas eleições para assembleias e governadores provinciais.

A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, para produção e exportação de gás natural, suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas. Na mesma área, a norte-americana ExxonMobil tem em curso o desenho do projeto para outro megaprojeto de gás natural.

Chapo reiterou o compromisso de que, se for eleito, irá continuar a trabalhar com esses parceiros todos, por forma a "desenvolver o país e desenvolver o mundo, porque são projetos de dimensão Internacional, de dimensão mundial".

"São `players` bem conhecidos a nível Internacional. E achamos que, ao fazer investimentos em Moçambique, muitos outros vão seguir para Moçambique e, consequentemente, isto vai fazer crescer o nosso país, crescer a economia", concluiu.

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