Daniel Chapo promete prioridade no combate à burocracia e corrupção

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O candidato presidencial Daniel Chapo, apoiado pelo Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), garantiu hoje, em entrevista exclusiva à Lusa, que atacar a burocracia e a corrupção serão das primeiras medidas se for eleito na quarta-feira.

"Realmente fazem-se muitas promessas e é preciso pensarmos em medidas concretas que é para poder corresponder à expetativa do povo moçambicano", assumiu o candidato, sublinhando a necessidade de "reduzir" a burocracia do Estado enquanto prioridade do Governo que pretende liderar.

"Acho que é extremamente importante dizer que nós precisamos de tomar medidas que possam reduzir a questão relacionada com o burocratismo (...) a população moçambicana reclama muito a questão da burocracia ao nível da função pública", explicou.

Jurista de profissão, Daniel Chapo, 47 anos, foi aprovado em maio pelo Comité Central do partido como candidato apoiado pela Frelimo à sucessão de Filipe Nyusi.

Era então, desde 2016, governador da província de Inhambane, depois das funções que desempenhou como administrador do distrito de Palma, em Cabo Delgado, daí que se apresente sempre nos comícios de campanha, que arrancou em 24 de agosto, como funcionário público.

"É muito importante começar a pensar na questão relacionada com o combate à corrupção, não só com a legislação, mas como temos dito, uma das medidas que vamos tomar está relacionada com a necessidade da digitalização do Estado, que é para reduzir o contacto entre as pessoas e isto vai permitir o combate à corrupção. E várias outras medidas que achamos que depois de serem muito bem afinadas, também vão entrar em ação no âmbito do combate à corrupção", disse.

Daniel Chapo prometeu ainda medidas, logo no arranque de uma eventual governação -- em Moçambique o Presidente da República tem o poder executivo --, na educação, com "a introdução de disciplinas relacionadas à educação cívica e patriótica".

"Que é para a juventude conhecer a nossa história, onde é que nós saímos, onde é que estamos e para onde é que vamos, o nosso futuro. Mas também disciplinas relacionadas com ética e moral. Mas isto tudo para convergir no combate à corrupção", enfatizou.

Isto porque aposta no combate à corrupção passa no imediato pela juventude, já que "é de pequenino que se torce o pepino".

"Para que a criança tenha valores éticos, valores morais para saber que existem valores relacionados com integridade à questão relacionada com humildade à questão relacionada com a responsabilidade, competência, disciplina. Todos esses aspetos são importantes para termos um futuro melhor e começarmos a construir uma geração que no futuro possa realmente perceber, distinguir o bem e o mal, e termos uma sociedade melhor", concluiu.

Moçambique realiza na próxima quarta-feira as sétimas eleições presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

A campanha eleitoral termina no domingo.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar na quarta-feira, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.

Concorrem à Presidência Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).

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