De arrepiar: a história dramática de Aymen, avançado expulso por festejos

7 meses atrás 49

Aymen Hussein, avançado do Iraque, tem sido um dos principais protagonistas da Taça Asiática. Dentro de campo - é o melhor marcador da competição, com seis golos - e fora: foi expulso, de forma insólita e incaracterística, depois de marcar o 2-1 no Iraque - Jordânia, partida que ficou marcada pela reviravolta épica da seleção da Jordânia. 

Ao minuto 76, o avançado - com um remate fortíssimo - marcou um dos golos mais importantes da seleção. Na sequência, festejou de forma efusiva em direção aos adeptos, voltou para o relvado para simular que estava a comer relva, não obstante, o árbitro iraniano - Alireza Faghani - não 'aprovou' o comportamento do atleta.

Aymen Hussein
Taça Asiática 2023

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De resto, Faghani considerou que jogador estava a «festejar de forma excessiva» e que demorou «demasiado tempo» a celebrar, como consta na plataforma oficial da Taça Asiática, pelo que, como consequência, foi admoestado com o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho.

Após a expulsão, importa recordar, a seleção da Jordânia deu a volta ao marcador (2-3) e, agora, vai disputar o acesso à final contra a Coreia do Sul.

«No primeiro golo da Jordânia, eles demoraram um minuto e vinte e cinco segundos [n.d.r: a celebrar], sendo que, nós demoramos cerca de um minuto e dez segundos. Numa prova como esta, para expulsar um jogador, tem de ser algo sério. E especialmente quando se tem dois critérios para mensurar», lamentou Jesús Casas, selecionador do Iraque que, recorde-se, foi quase agredido pelos jornalistas em conferência de imprensa.

Guerra, ISIS e dois traumas

Jogador foi expulso depois de demorar nos festejos @Getty Images

Este episódio insólito, onde o jogador do Al-Quwa Al-Jawiya figurou como protagonista, levantou algumas interrogações sobre o atleta. E a história é de arrepiar.  O atleta cresceu numa área controlada pelo ISIS - Estado Islâmico do Iraque - e, entre 2014 e 2017, foi alvo de bombardeamentos da Coligação Internacional contra o Estado Islâmico liderada pelos EUA no Iraque e na Síria.

Os ataques, gritos, violência, bombas e guerra foram as palavras que marcaram a infância do jogador, mas ganharam novos contornos com o falecimento do pai, em 2008. O pai de Hussein foi assassinado pelo Al-Qaeda e, pouco tempo depois, o seu irmão - polícia - foi sequestrado por um grupo terrorista e tem, até hoje, o paradeiro desconhecido.

Sobre os traumas familiares, o jogador - em entrevista à Associated Press -, referiu que «ninguém sabe o que aconteceu com o irmão» e apontou ainda  «não é a primeira história da minha família e provavelmente não será a última».

«Se eu abandonasse o futebol, não mudaria nada. Não recuperaria nenhuma das coisas que perdi. Tenho paredes em minha casa. Muitos dos iraquianos refugiados vivem em tendas...», destacou o jogador que conquistou, em 2023, a Taça do Golfo.

Aos 27 anos, Aymen Hussein é uma das principais referências da seleção iraquiana e já soma um total de 23 golos em 71 internacionalizações.

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