De Pepe a Conceição: os cinco desafios de verão do novo dragão

3 meses atrás 74

O FC Porto terá pela frente, certamente, um dos defesos mais agitados da última década. Com o reinado de Sérgio Conceição perto do fim e com a nova direção desportiva - guiada por AVB, Zubizarreta e Jorge Costa - a assumir as rédeas, esperam-se mudanças estruturais no emblema portista.

Desde a opção pelo novo técnico - caso a saída de Conceição seja uma realidade -, à renovação (ou não) de Pepe, um dos ídolos do clube e capitão, até à aposta forte na formação (Rodrigo Mora poderá ser uma das facetas desta mudança), são muitas as dúvidas e expectáveis alterações no rumo do clube.

Poucos dias após o final da época no Jamor, que também significou o primeiro troféu de Villas-Boas enquanto presidente dos dragões, o zerozero elaborou uma lista de desafios que esperam o FC Porto neste defeso. 

Dossier Conceição e próximo treinador

© Catarina Morais / Kapta +

Sete temporadas depois, Sérgio Conceição está de saída do FC Porto. Ainda nada foi oficializado, mas as declarações do técnico após a conquista da Taça de Portugal e os «agradecimentos simbólicos» de André Villas-Boas indicam que o «ciclo Conceição» terminou.

A continuidade do treinador português seria, dado ao alto grau de improbabilidade, uma enorme surpresa... até para Galeno, que já revelou que «irá sentir falta do técnico».

Posto isto, este será o primeiro grande desafio do emblema azul e branco no mercado de verão: quem será o próximo treinador? Qual o perfil mais próximo do projeto desportivo de AVB?

A resposta a estas perguntas deverá ser dada em breve e ainda não há nomes em cima da mesa que poderão dissipar algumas dúvidas. O que é certo é que o dossier Conceição será fechado - a primeira grande decisão da nova direção -, mas resta ainda saber qual será o próximo passo. 

Pepe: The Last Dance?

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41 anos, 290 jogos, o 25º jogador mais utilizado na história do clube e uma lenda do FC Porto e da seleção nacional. Pepe é, indiscutivelmente, um dos jogadores mais amados no mundo azul e branco, contudo, a idade começa a pesar.

O internacional português, apesar da regularidade - sempre com 30+ jogos por época - tem sentido muitos problemas físicos nas últimas temporadas e, em adição, termina contrato em junho do ano vigente.

Ou seja, a nova direção terá um desafio muito grande nas próximas semanas: renovar com o capitão e uma das figuras mais importantes do clube, permitindo uma 'última dança', ou, por outro lado, realizar uma renovação no plantel e procurar novas figuras no clube, em especial, no centro da defesa.

Zé Pedro e Fábio Cardoso não parecem garantir fiabilidade suficiente para serem titulares e Pepe, apesar dos 41 anos, foi preponderante durante o reinado de Conceição. Inclusive, a última época foi a mais produtiva do ponto de vista estatístico - três golos e duas assistências -, tendo ainda sido premiado com a convocatória para o Euro. De sublinhar que o central recusou abordar o futuro no FC Porto após o triunfo na Taça de Portugal.

Diogo Costa: segurar ou libertar?

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É o ativo mais valorizado dos dragões neste momento - com um valor de mercado a rondar os 45 milhões - e é, ao mesmo tempo, uma das peças mais importantes no clube, sendo também o guardião titular da seleção nacional.

Até ao momento, foram 154 jogos ao serviço dos dragões, seis títulos conquistados e muitas defesas de alto nível. Posto estes números (e, claro, a valorização de Diogo Costa no mercado), será um grande desafio para a direção atual manter o jogador por mais um ano.

Ainda por cima, o jogador - como já referido - é titular na seleção nacional e terá no Euro uma oportunidade para se valorizar ainda mais.

Tudo somado, a direção portista será obrigada a efetuar uma reflexão: vender ou reter?

De recordar que o desafio de segurar o jogador mais valioso irá se tornar ainda mais complicado, resultado do facto dos dragões ficarem sem os milhões da Champions. Gonçalo Ribeiro, Diogo Fernandes - ambos jovens da equipa B -, Cláudio Ramos e Samuel Portugal são, neste momento, as soluções do clube para solucionar uma eventual hipotética venda de Diogo Costa

Galeno, Pepê e Evanilson: timing certo para vender?

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O mercado de verão será, como expectável, pródigo em especulações, rumores e confirmações. No plantel azul e branco, três dos jogadores mais valiosos são brasileiros - dois dos mencionados foram convocados pelo Brasil para a Copa América - e podem ter, volvidas três épocas de afirmação na Invicta, a oportunidade de uma mudança de ares.

Galeno, refira-se, ficou altamente notabilizado pela campanha que realizou na Liga dos Campeões - cinco golos, três assistências e um golo espetacular contra o Arsenal -, Pepê voltou a realizar uma época de tremenda regularidade - foi o jogador mais utilizado por Conceição em 23-24 - e, em acréscimo, tornou-se internacional brasileiro no arranque da época.

Por fim, Evanilson. Foi o melhor marcador da temporada azul e branca (25 golos), foi chamado à Copa América e realizou a temporada mais produtiva desde que aterrou em Portugal. Fatores que indicam uma valorização evidente.

Assim sendo, não seria surpreendente caso um tubarão agarrasse algum dos brasileiros mencionados. Um cenário que poderia trazer benefícios (dinheiro), mas também malefícios (desportivos), sendo um desafio para a próxima direção analisar oportunidades e, naturalmente, prioridades.

Reativar e rejuvenescer

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Trata-se de uma urgência na preparação da próxima temporada. Sérgio Conceição afastou um quarteto - André Franco, Jorge Sánchez, Toni Martínez e Iván Jaime - e apenas Sánchez não faz parte dos quadros azuis e brancos. O que significa que é imperativo reativar os jogadores, evitar uma desvalorização geral e, naturalmente, traçar o futuro dos três.

De recordar que Iván Jaime custou 10 milhões, Franco custou quatro e Toni 3,20 milhões. Um bolo total de 17,3 milhões de euros que AVB não deverá querer deitar ao lixo por um «mero castigo» do treinador que deverá estar de saída.

Para além disso, rejuvenescer. André Villas-Boas apresentou a formação como uma das principais bandeiras da candidatura e parece tornar-se numa realidade já na próxima temporada.

Martim Fernandes e Gonçalo Sousa foram aposta tardia em 23-24 e Rodrigo Mora prepara-se para figurar na pré-época da equipa A em 24-25. Para além disso, outros jovens a despontar na equipa B - Gonçalo Ribeiro, Gabriel Brás ou Vasco Sousa - poderão ter oportunidades no começo da próxima época.

Importa também perceber se jogadores da formação que ainda não tiveram uma época de plena afirmação no clube - casos do Baró ou Gonçalo Borges - contarão para 24-25, ou serão ativos para valorizar através de um empréstimo.

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