Declarações de Montenegro são "de quem não está interessado" em acordo

4 horas atrás 21

"Vamos ficando preocupados, de dia para dia, com estes sinais negativos que vêm do lado do Governo. Nós, quando queremos fazer um acordo com alguém, não tratamos mal a pessoa com quem queremos fazer um acordo", lamentou, em declarações à agência Lusa, o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS.

Segundo Marcos Perestrello, as declarações de hoje de Luís Montenegro são "de quem não está interessado em fazer nenhum acordo nem nenhum compromisso com o PS para a aprovação" do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

"São declarações em linha com as que o primeiro-ministro tinha feito no final da reunião da sexta-feira, em que fez de conta que ficou muito surpreendido com aquilo que o secretário-geral do PS lhe transmitiu, designadamente em relação às duas condições que impunha para emprestar o seu voto à viabilização do orçamento", comparou, referindo-se à rejeição das propostas do Governo para o IRS e para o IRC.

De acordo com o dirigente socialista, "essa posição do PS é conhecida há muito", remetendo para o discurso que Pedro Nuno Santos fez na rentrée política dos socialistas no início de setembro e no qual tinha sido "muito claro".

"Fazer de conta, como fez o primeiro-ministro, que não conhecia essas propostas, de que foi surpreendido por essas propostas e atacar violentamente o secretário-geral logo no final da reunião e a maneira como hoje se dirigiu aos deputados do PSD, em linha também com o que já tinha sido dito por vários ministros ao longo destes dois dias, a mim deixa-me bastante preocupado porque são um sinal de que o Governo não está muito interessado em fazer um acordo", considerou.

Para Marcos Perestrello quando se quer fazer um acordo com alguém não se está "constantemente a tratar mal essa pessoa, a destratar essa pessoa, a insultar essa pessoa".

"E aquele que tem sido o posicionamento do Governo relativamente ao Partido Socialista, parece-me a mim que é a posição de quem não está muito interessado em fazer um acordo e isso a mim preocupa-me porque eu acho que o país precisava de um orçamento para o ano que vem e precisava que esse orçamento fosse bom, justo para as pessoas", defendeu.

O primeiro-ministro e líder do PSD afirmou hoje que irá apresentar "aos partidos e em particular ao PS" uma proposta que classificou de irrecusável, à luz de princípios como o interesse nacional, a boa fé ou a responsabilidade.

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