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Paul Dans, que pertenceu à equipa de Trump quando este esteve na Casa Branca, não explicou as razões da sua demissão.
Intitulado 'Projeto 2025', o programa de 900 páginas desenvolvido na Heritage Foundation pretendia ser um guia para a ação, oficioso e radical, produzido por membros do círculo de Trump.
Este 'Projeto 2025' prevê a reforma do estatuto do funcionário público federal, até agora muito protegido das mudanças no poder político, o que poderia permitir a Trump, se regressasse à presidência em 2025, colocar mais ultraconservadores em lugares-chave.
O texto propõe remodelar as agências federais no sentido de centralizar o poder executivo na Casa Branca e permitir, assim, a aplicação de políticas muito conservadoras em assuntos que vão da imigração ao aborto.
O projeto foi fortemente criticado pelos opositores de Trump, que viram no texto um condensado de ideias autoritárias e de extrema-direita.
O presidente da Heritage Foundation, Kevin Roberts, em comunicado sobre a saída de Dans, assegurou, contudo, que o projeto "cumpriu exatamente o que era suposto fazer: juntar mais de 110 organizações conservadoras relevantes para criar uma visão conservadora unificada, motivada para retirar o poder a um Estado administrativo não eleito e devolvê-lo ao povo".
O Partido Republicano, que já adotou em meados de julho, o seu programa para as presidenciais de 05 de novembro, reafirmou hoje que "o 'Projeto 2025' não tem nada a ver com a campanha" de Trump.
Os democratas, por seu lado, mencionam numerosos membros do círculo próximo de Trump que estão ligados ou participaram na elaboração do 'Projeto 2025'.
"O facto de esconderem este projeto do povo [norte-]americano não o torna menos real -- com efeito, isso deve levar os eleitores a inquietarem-se mais com o que Trump e aliados estão a esconder", consideraram os democratas, em comunicado.
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