Depois da tempestade veio a bonança para Fabio Di Giannantonio mas… poderá o piloto manter o nível em 2024?

7 meses atrás 81

O ano de 2023 foi de altos e baixos para Fabio Di Giannantonio, onde sobretudo o maior sentimento terá sido provavelmente o de incerteza face à sua continuidade ou não. O piloto foi sempre colocado em parte, de lado, enquanto as equipas anunciavam contratações e renovações de contrato com os seus pilotos e o seu lugar no MotoGP era uma incógnita, porém, um final de temporada em alta serviu de tónico para o que viria depois, com a sua recolocação numa equipa Ducati.

A época nem começou de forma propriamente negativa para o então piloto da Gresini, com este a ficar no top dez nas primeiras cinco corridas, mas em comparação direta com as restantes Ducati, acabava em traços gerais por ser o menos preponderante em pista, o que começou por em parte enaltecer os outros pilotos com a Desmosedici, e os resultados a funcionarem «contra si», já que com o mesmo equipamento, ou semelhante, não conseguia apresentar os mesmos resultados na sua generalidade.

Com o ano a chegar ao meio e as equipas já a começarem a preparar 2024, a Gresini confirmou a continuidade de Álex Márquez e jogava com a altura certa, a sonhar com… Marc Márquez.

Os restantes lugares do paddock foram ficando preenchidos, com algumas mudanças como é habitual e confirmação de novos pilotos na Ducati (Franco Morbidelli da Yamaha para a Pramac), e outros a fazerem um caminho diferente e até visto como «estranho», como aconteceu com Johann Zarco – da Pramac Racing, com a última Desmosedici de fábrica, a rumar para a LCR Honda). As mexidas e mudanças continuavam e DiGia «apenas» via o que acontecia, sem que ele mesmo soubesse do seu futuro.

Enquanto isso, e já com a grelha praticamente fechada e os rumores a apontarem para o mais que provável acordo entre Gresini e Marc Márquez, enquanto a Honda por sua vez não tinha ainda um parceiro para Joan Mir, muito se falou sobre a possibilidade de Di Giannantonio rumar à gigante japonesa, tal como um possível ingresso e promoção de Fermín Aldeguer, e foi nessa fase que «algo» mudou: em pista foi possível ver um DiGia mais «leve», descontraído, e competitivo do que nunca.

Foi quarto classificado na corrida longa na Indonésia, depois de ser sexto na Sprint e logo a seguir em Phillip Island terminou pela primeira vez no pódio. Parecia quase uma «ressurreição» e um novo fulgor por parte do italiano, que corria, literalmente, por um lugar no MotoGP, no único disponível: com a Repsol Honda Team.

O #49 em pista continuava o seu caminho, e depois de dois nonos lugares – na Tailândia e Malásia – surgiu a tão esperada vitória, na polémica corrida em Losail, depois do segundo lugar na Sprint.

Curiosamente, nessa altura da época muito se falava sobre o interesse da Honda ter mudado, com Luca Marini praticamente assegurado, ele que antes havia anunciado a renovação então com a Mooney VR46 Racing Team.

Com efeito, a confirmação veio depois e Marini era confirmado na Honda, com a sua ex-equipa a tentar, alegadamente, contratar Fermín Aldeguer para o seu lugar mas, as prestações de DiGia, aliadas à experiência no MotoGP e conhecimento da moto acabaram por fazer a equipa de Valentino Rossi «atacar» DiGia.

Ainda que muitos digam que tal contratação foi apenas uma oportunidade de mercado, um piloto livre, e que a contratação de Aldeguer iria exigir um enorme esforço financeiro, certo é que a (agora) Pertamina Enduro VR46 Racing Team apostou em DiGia, um piloto que teve um final de 2023 em alto nível e provou ser merecedor de um lugar na categoria rainha.

A questão que se impõe agora é, depois de um ‘último sprint’ para tentar «agarrar» um lugar no MotoGP, que acabaria por conseguir, o que pode fazer Di Giannantonio em 2024? Poderá ele estar na luta entre os melhores, com menos pressão e mostrar um pouco do que fez no final da anterior época, ou irá o piloto voltar a sentir a pressão de estar, na teoria, entre os pilotos Ducati menos «cotados»?

O tempo o dirá, mas certo é que depois da tempestade, já diz o ditado, vem a bonança, e foi isso mesmo que aconteceu com DiGia que tem em 2024 uma nova vida, ao comando de uma moto que bem conhece e num ambiente que lhe será em tudo favorável.

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