A votação, em plenário, contou com 277 votos a favor da manutenção da prisão preventiva do deputado, 129 contra e 28 abstenções.
A lei brasileira prevê que tanto a Câmara dos Deputados como o Senado podem aprovar ou não a eventual prisão dos membros, que só podem ser detidos durante o exercício do cargo em casos específicos.
Ao ler o parecer em plenário, o deputado Darci de Matos Fonte frisou que ficaram provados contínuos atos de obstrução que estavam a ser "praticados ao longo do tempo" e que, por isso, se justifica a permanência de Chiquinho Brazão em prisão preventiva.
Horas antes da votação, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, gravou um vídeo a defender que a Câmara dos Deputados votasse a favor da libertação do deputado suspeito de mandar matar a ativista e ex-vereadora Marielle Franco.
"O que menos importa hoje é a liberdade individual do deputado Brazão. O que realmente importa é se vamos seguir a Constituição ou se seremos reféns da nossa votação de hoje", acrescentou Eduardo Bolsonaro.
A 24 de março, o deputado federal José Chiquinho Brazão, o irmão, Domingos Brazão, alto funcionário do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa foram detidos pela Polícia Federal brasileira sob a suspeita de terem ordenado o homicídio de Marielle Franco.
O assassínio a tiro de Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorreu em 14 de março de 2018, e gerou uma grande comoção dentro e fora do Brasil.
A ex-vereadora, negra, homossexual e de uma favela, destacou-se pelo trabalho como defensora dos direitos humanos, e pelas denúncias contra a violência policial no Rio de Janeiro.