Bert Janssen tinha apenas 17 anos quando recebeu o diagnóstico de cardiomiopatia. Deram-lhe muito pouco tempo de vida, mas o jovem holandês foi submetido a transplante de coração e, quase 40 anos depois, continua em boa forma, apesar da expectativa média de vida para os pacientes submetidos a este tipo de cirurgia ser bem mais reduzida.
"Os médicos deram-me mais seis meses, era até o Natal (...) Quero ser um exemplo para as pessoas que precisam e dar-lhes esperança", revela em entrevista à agência Reuters.
É um caso que demonstra que a longevidade é possível após um transplante de coração. O jovem holandês ficou a saber que sofria de uma doença que afeta o músculo cardíaco e torna mais difícil ao coração bombear sangue para todo o corpo. A cardiomiopatia atinge, principalmente, homens entre os 20 e os 60 anos, mas para Bert a doença surgiu logo aos 17.
Um trágico acidente de viação no qual dois jovens morreram possibilitou a dádiva de um coração compatível com as necessidades de Bert e a cirurgia foi realizada.
Em junho de 1984, o holandês foi submetido à operação no Hospital Harefield, em Inglaterra, dado que este tipo de intervenção ainda não era executada nos Países Baixos.
Segundo Casper Eurlings, atual cardiologista de Bert Janssen, a expectativa média de vida dos pacientes cardíacos após um transplante é de 16 anos, mas o jovem holandês já está com 57 anos e orgulha-se do caminho percorrido até aqui:
"A vida ainda pode ser bela. Um dos aspetos mais bonitos é que, apesar de tudo, temos dois filhos saudáveis. Já têm 23 e 27 anos. Então, tudo está a correr bem. Até ter uma família é possível após um transplante de coração”.
Bert Janssen estabeleceu recentemente um novo recorde mundial do Guinness: é a pessoa com mais anos de vida após transplante de coração.
Embora esteja saudável e em boa forma, Bert reconhece que a medicação cardíaca causa efeitos secundários que às vezes o obrigam a abrandar, mas ainda assim, o entusiasta piloto de planador continua pronto para muitos voos.