Descida do IRS: Pedro Nuno Santos defende que deve entrar em vigor já este ano

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Destacou Pedro Nuno Santos que “a nossa vontade de negociar o OE é independente da aprovação das medidas promulgadas pela Presidência da República”. Relativamente à baixa de IRS, o líder do PS desafiou o Governo e defendeu a entrada em vigor já em 2024.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, recusou que a promulgação dos diplomas esta terça-feira, alguns dos quais por iniciativa dos socialistas, seja uma forma de pressão de Marcelo Rebelo de Sousa para que a oposição possa viabilizar o OE2025.

“Não estamos a falar de Orçamento do Estado” e “não lemos nas entrelinhas do que escreveu o Presidente da República, não quero interpretar. Nada tem que ver a negociação orçamental, são questões separadas”, começou por referir o líder da oposição.

Destacou Pedro Nuno Santos que “a nossa vontade de negociar o OE é independente da aprovação das medidas promulgadas pela Presidência da República”. Relativamente à baixa de IRS, o líder do PS desafiou o Governo e defendeu a entrada em vigor já em 2024.

Sobre a mensagem de pessimismo de Luís Montenegro, que destacou que o Executivo teria que equacionar o que iria deixar de fazer para acomodar estas medidas, “o Governo quer aprovar medidas cujo valor é de dois mil milhões de euros só em reduções fiscais promovidas pelo Governo, portanto quem tem de explicar é o Executivo”

“Contas certas são importantíssimas mas as medidas aprovadas têm um impacto muito inferior às apresentadas pelo Governo, cerca de 300 milhões de euros”, destacou Pedro Nuno Santos.

Luís Montenegro: “Veremos o que vamos deixar de fazer”

O primeiro-ministro Luís Montenegro reagiu com algum pessimismo à promulgação de sete diplomas, seis dos quais votados aprovados pela Oposição, e deixou a ideia que o Governo vai ter que equacionar o que vai deixar de fazer em função dessas decisões.

Em visita a Luanda, o chefe do Governo enalteceu que “o próprio Presidente da República dá nota que há consequências do ponto de vista orçamental para o próximo ano e eventualmente já para o ano em curso”.

“É importante reter que algumas destas medidas foram tomadas em contraponto ao que é o programa do Governo. Essas decisões têm não só um impacto financeiro como um impacto nas escolhas políticas porque é preciso tomar decisões quanto a receitas e despesas”, comentou o primeiro-ministro.

Sete diplomas promulgados por Belém

O Presidente da República avançou esta terça-feira com a promulgação de sete diplomas provenientes da Assembleia da República mas deixou um sério aviso relativamente ao próximo Orçamento do Estado: “Todos os diplomas terão de encontrar cobertura” orçamental “a fim de poderem ser executados”.

Destacou Marcelo Rebelo de Sousa que espera que esta promulgação possa “contribuir para o debate e aprovação do Orçamento para o próximo ano” sendo que esta aprovação possa “contribuir para a estabilidade financeira, económica e política do nosso País”.

O chefe de Estado realçou que os sete diplomas “têm em comum uma dimensão financeira com impacto nas receitas do Estado”: “Em três deles, relativos ao IVA na eletricidade, às SCUTS e às deduções por habitação no IRS, tal impacto não se verificará no ano orçamental em curso, mas apenas a partir de 1 de janeiro de 2025, data expressa da respetiva entrada em vigor”.

“Noutro, relativo à contribuição extraordinária sobre os imóveis em alojamento local, trata-se de uma autorização legislativa ao Governo, por iniciativa deste, aliás, o único dos sete que não se baseia em iniciativas parlamentares das Oposições, mas numa Proposta de Lei do Governo votada e aprovada”, destacou Marcelo.

Nos três restantes, explica o Presidente da República, “todos relativos ao IRS, dos quais dois votados apenas pelas Oposições, o momento da repercussão nas receitas do Estado está dependente de regulamentação do Governo, através da fixação das retenções na fonte, pelo que podem também só ter impacto no próximo ano orçamental”.

O Presidente da República promulgou esta terça-feira sete decretos do parlamento sobre IRS, incluindo redução de taxas, IVA da eletricidade e eliminação de portagens, cinco dos quais aprovados pela oposição, com votos contra de PSD e CDS-PP.

O decreto que reduz as taxas de IRS até ao 6.º escalão, com origem num projeto do PS, foi aprovado pela oposição em votação final global em 12 de junho, e de acordo com o portal da Assembleia da República, foi enviado para o Palácio de Belém há exatos vinte dias, em 03 de julho.

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