Despejo de famílias em Loures. Antiga gestão comunista desmente atual presidente

O antigo vice-Presidente da Câmara de Loures, Gonçalo Caroço, desmente o autarca socialista Ricardo Leão, que esta quarta-feira acusou a antiga gestão comunista liderada por Bernardino Soares de "fingir que não havia problema nenhum" com as dívidas dos inquilinos de habitação camarária, situação que vai conduzir ao despejo de 550 famílias.

A Renascença pediu uma reação aBernardino Soares que não se mostrou disponível para prestar esclarecimentos. O PCP sugeriu, em alternativa, uma entrevista com o seu antigo vice, Gonçalo Caroço. Este devolveu as criticas à gestão socialista que a CDU herdou em 2013.

Conseguimos diminuir o aumento da dívida em 75%

"O Partido Socialista deixou-nos uma dívida de mais de 10 milhões de euros. A dívida aumentava 1 milhão de euros por ano. Quando nós deixámos a Câmara, o aumento da dívida estava em 250 mil euros por ano, portanto, 25% daquilo que era quando lá chegámos".

Desta forma, o autarca recusa que a CDU tivesse "uma pala" para com os incumpridores, como declarou Ricardo Leão. "Não tinha e por isso conseguimos diminuir o aumento da dívida em 75% anualmente ", argumenta.

584 planos de recuperação

Para Gonçalo Caroço, a atual equipa da autarquia está a dar continuidade à recuperação iniciada pela CDU durante os oito anos em que esteve à frente dos destinos da concelho.

"O Partido Socialista continuou o trabalho que nós tínhamos iniciado de aumento de rendas que são recebidas e neste momento essa percentagem está melhor", garante Caroço, que desmente ainda alguns números avançados pela atual presidência.

"Em 2021 tínhamos 63% de cobrança" e não os 55% avançados por Ricardo Leão.

O antigo vereador da CDU avança ainda que quando a CDU deixou a autarquia, em 2021, depois de perder as eleições para o PS, estavam em curso "584 planos de recuperação de dívida e conseguimos com a administração central também avançar com a possibilidade de execução fiscal". Esta última hipótese foi no entanto ignorada pelo "atual executivo [que] até agora recebeu zero euros".

A Renascença noticiou esta quarta-feira que 550 famílias de Loures vão ser despejadas por incumprimento no pagamento de rendas. Trata-se de 22% do total de inquilinos de habitação social no concelho.