A Guardia Civil espanhola deteve cinco pessoas suspeitas de tentar casar à força uma menor e de maltratar outra, em Valência.
Em comunicado, esta terça-feira, a Guardia Civil revela que as duas menores procuraram a sua orientadora de escola, explicando que tinham medo de regressar a casa porque "estavam a ser maltratadas". Além disso, uma delas "disse ainda que ia ser enviada para a Bulgária para ser casada contra a sua vontade".
Os factos ocorreram no final de março, quando a orientadora de uma escola da Cvomarca de Hoya de Buñol se dirigiu à Guardia Civil para apresentar uma queixa.
A mulher explicou que duas menores "que frequentavam a escola alegavam ter medo de regressar às respetivas casas de família, uma vez que ambas diziam estar a ser continuamente maltratados física e psicologicamente pelos pais". Além disso, "uma delas ia ser enviada imediatamente para um país de Leste para se casar contra a sua vontade".
As raparigas disseram à mulher "que tencionavam fugir de casa para escapar à situação". Afirmaram também "que viviam em condições insalubres, que passavam fome e que eram obrigadas a fazer trabalhos domésticos, a cuidar de crianças pequenas e a ir buscar água todos os dias, uma vez que a casa não tinha água nem eletricidade e que não tinham roupas quentes".
As menores "eram alvo de insultos constantes e repetidos, sendo continuamente agredidas pelos pais".
"Dada a gravidade dos factos", as autoridades agiram rapidamente para impedir que as crianças regressassem às suas casas, com a ajuda dos serviços sociais.
Considerou-se que as menores "se encontravam em situação de abandono, pelo que foram solicitadas medidas urgentes à Procuradoria de Menores de Valência para as colocar num centro como medida de proteção".
"Uma vez assegurado o bem-estar das menores, os agentes prosseguiram o trabalho de investigação com o objetivo de deter e localizar os presumíveis autores". No total, foram detidas cinco pessoas, três homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos, acusadas dos crimes de casamento forçado e maus tratos, informa a mesma nota.
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