Detidos 18 suspeitos de planear sabotagens pela Rússia na Polónia

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Dez dos detidos desde dezembro estiveram diretamente envolvidos no planeamento de diversas formas de sabotagem, como incêndios criminosos, em toda a Polónia, realçou hoje o ministro do Interior, Tomasz Siemoniak, em conferência de imprensa.

Cidadãos polacos, bielorrussos e ucranianos estão entre os detidos nos últimos meses, segundo adiantou, em comunicado, a Agência de Segurança Interna.

Um polaco foi detido em abril acusado de espiar para a inteligência militar da Rússia, numa alegada conspiração para assassinar o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, sublinharam os procuradores polacos.

Este homem estava alegadamente à procura de contactos com russos envolvidos na guerra na Ucrânia e esperava-se que transmitisse informações detalhadas sobre o aeroporto estratégico de Rzeszow-Jasionka, perto da fronteira da Polónia com a Ucrânia.

Num processo separado, um ucraniano e um bielorrusso foram julgados no mês passado sob a acusação de terem sido membros de uma quadrilha de espionagem russa que preparava atos de sabotagem ferroviária na Polónia em 2023 e monitorizava rotas ferroviárias utilizadas para o transporte de armas e ajuda humanitária para a Ucrânia.

Os homens confessaram as acusações que também incluíam a monitorização da segurança dos portos do mar Báltico, Gdansk e Gdynia, segundo a agência de notícias estatal PAP.

Caso sejam condenados, podem enfrentar até oito anos de prisão.

O ministro do Interior destacou que os atos de sabotagem devem fazer parte de um plano mais amplo que também inclui ciberataques, forçando os migrantes na Bielorrússia a cruzarem para a Polónia e ameaçando a segurança de um país que apoia a Ucrânia desde o primeiro dia da invasão em grande escala da Rússia.

"Não temos dúvidas de que, a pedido de um país estrangeiro, a Rússia, há algumas pessoas ativas que estão prontas para ameaçar a vida, a saúde e a propriedade dos cidadãos polacos", alertou Siemoniak.

A Polónia tinha revelado na semana passada que um relatório falso, que apareceu no serviço da agência nacional de notícias PAP e segundo o qual 200.000 polacos seriam mobilizados para lutar na Ucrânia, foi provavelmente o resultado de um ciberataque russo.

Os serviços de segurança polacos divulgaram na quarta-feira a detenção de três pessoas suspeitas de terem iniciado incêndios criminosos "em nome" da Rússia, em várias regiões da Polónia, país membro da NATO.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu, na semana passada, que os países da NATO vão responder ao aumento dos ataques híbridos realizados pela Rússia contra várias nações da Aliança Atlântica.

"Praticamente todos os países aliados foram vítimas da intensificação dos ataques híbridos da Rússia", realçou Blinken.

Já na terça-feira passada o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg tinha apontado "um aumento na atividade dos serviços secretos russos no território da Aliança".

"Portanto, reforçámos a nossa vigilância e os nossos próprios serviços estão a monitorizar muito de perto o que os russos estão a fazer", vincou Stoltenberg.

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