Dez anos depois, Portugal volta ao Jamor, a sua antiga «casa»

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É já este sábado, 8 de junho, que Portugal realiza o seu segundo jogo de preparação para o Euro 2024, na Alemanha, defrontando a congénere da Croácia num local que diz muito à seleção portuguesa, mas onde não joga há 10 anos: o mítico Estádio Nacional do Jamor.

Vista, no século passado, como a «casa» oficial da seleção nacional, de tal modo que, entre 1945 e 1999, Portugal ali realizou, entre jogos de preparação e jogos oficiais, de qualificação para Europeus e Mundiais, um total de 48 jogos, o Jamor afastou-se de Portugal neste século, mas agora reencontram-se.

Prova desse afastamento, é que neste século XXI, Portugal apenas ali jogou por quatro vezes, duas em 2003, e as duas mais recentes em 2014, na preparação para o Mundial do Brasil. Ora, o último jogo ali disputado pela Seleção das Quinas, além de ter sido o 50º de Portugal no Jamor, ter marcado o 70º aniversário do recinto, o Centenário da FPF e ainda ter servido de homenagem a Eusébio e Coluna, falecidos nesse ano, contou com algumas curiosidades.

Rúben Amorim jogou na última partida @Catarina Morais

É que esse último jogo foi contra a Grécia, velha conhecida do Euro 2004, que na altura era comandada pelo português Fernando Santos - assumiu a seleção nacional lusa depois do Mundial - e tinha figuras bem conhecidas do futebol português, como Kostas KatsouranisGeorgios Karagounis e Kostas Mitroglou.

Do lado português, por sua vez, num jogo que terminou 0-0, Cristiano Ronaldo esteve fora dos convocados (mas foi para o banco de suplentes), mas foram a jogo nomes como André AlmeidaSilvestre VarelaHélder PostigaHugo Almeida ou Luís Neto, além de Rúben Amorim, agora treinador do Sporting e na altura do Benfica, que entrou, à passagem do minuto 65, para o lugar de Éder, herói do Euro 2016.

Regresso simbólico

Em tempos vistos como essa casa oficial e com encontros constantes com a seleção nacional, o Jamor deixou de ser utilizado para esse efeito neste século e, na larga maioria, isto deveu-se à falta de condições que tinha em diversas áreas, que o afastaram cada vez mais dos requisitos pedidos pela FIFA para este tipo de jogos.

Prova do seu estado é que durante a pandemia até «perdeu» a Taça de Portugal para Coimbra e no ano passado, em março, ficou em risco de perder o licenciamento para receber jogos da I Liga - chegou a servir de casa para B SAD e Casa Pia, além do Racing Power, em 2023/24 -, devido a «questões relacionadas com segurança, controlo e acesso de adeptos, iluminação, acesso aos balneários e condições», segundo disse a Liga ao Expresso.

Então, posto isto, porquê voltar?

Estádio precisa de reabilitação @Duarte Monteiro

Aparentemente, a opção será meramente simbólica, visto que no mesmo dia em que anunciou esse regresso ao Jamor, a FPF também anunciou o lançamento do concurso para a seleção da equipa projetista que terá em mãos a reabilitação do Estádio Nacional, no âmbito do protocolo de colaboração assinado em julho entre as federações de futebol, râguebi e atletismo, o Instituto Português do Desporto e Juventude, Direção-geral do Património Cultural e a Câmara Municipal de Oeiras.

Este processo tem vindo a ser levado a cabo nos últimos meses, com as candidaturas entregues até ao passado dia 7 de março e está, por esta altura, na fase de entrega de propostas para reabilitação do Jamor. Por ser considerado um monumento nacional, as intervenções acabam por ser algo limitadas.

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