Cerca de 40 jornalistas decidiram suspender por tempo indeterminado a colaboração com o grupo Global Media, dono do Jornal de Notícias (JN), “o Jogo”, TSF e Diário de Notícias (DN). Em causa estão os trabalhos feitos desde abril que ainda não foram pagos.
“Nos últimos três/quatro meses tem sido uma grande preocupação para nós porque estas pessoas estão mais fragilizadas, não têm contrato, não têm garantias de receber ao fim do mês e nós estamos solidários com essa paragem”, diz Augusto Correia, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Já lá vão dois meses sem receber. Para se fazerem ouvir, 40 decidiram parar, mas o atraso nos pagamentos afeta cerca de 130 jornalistas, fotojornalistas e gráficos que trabalham a recibos verdes para o grupo Global Media.
“Há pessoas que trabalham exclusivamente para os títulos do grupo Global Media, ou que estes títulos constituem a sua principal fonte de rendimento, e estamos a chegar a um ponto que há pessoas a passar dificuldade económicas para além do grande desgaste psicológico a que estamos a ser submetidos”, conta a jornalista Alexandra Barata.
Em resposta à SIC, a administração alega que estes pagamentos a colaboradores estão dependentes da venda do JN, TSF e o Jogo à empresa Notícias Ilimitadas que está prevista para o final deste mês. Também os trabalhadores do grupo Global Media aguardam a concretização deste negócio até porque ainda não receberam o subsídio de natal.
“Quem tem uma dívida para connosco é a Global Media, não é o novo grupo e, portanto, era importante que a assumisse e liquidasse rapidamente esta situação”, diz Alexandra Barata.
A administração do grupo Global Media explica, ainda, que o dinheiro já transferido pela Notícias Ilimitadas, foi usado para pagar salários, impostos e despesas correntes. Perante as dificuldades do setor, o sindicato dos jornalistas pediu uma audiência ao Presidente da República e será recebido na próxima semana em Belém.
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