Dia da mulher celebra-se com "segurança", diz Autoridade Palestiniana

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"Lembramos aos que celebram este aniversário em todo o mundo e aos que defendem os direitos das mulheres que na Palestina existem 9.000 mulheres mártires, além de dezenas de milhares de feridos, órfãos, quase um milhão de deslocados e centenas de detidos", disse o primeiro-ministro palestiniano em exercício, Mohamed Shtayeh, numa mensagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher.

Para assinalar a efeméride, o Gabinete Central de Estatísticas Palestiniano (PCBS) publicou um relatório intitulado "Investir nas mulheres: acelerar o progresso", no qual recolheu os últimos números sobre as consequências da guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas em Gaza.

A guerra eclodiu em 07 de outubro de 2023, na sequência de um ataque perpetrado em território israelita pelo Hamas, no qual cerca de 1.200 pessoas perderam a vida e mais de 120 pessoas foram raptadas pelos terroristas.

De acordo com o PCBS, os 2,76 milhões de mulheres palestinianas que residem na Cisjordânia e em Gaza (1,63 milhões no primeiro dos dois enclaves e 1,13 milhões no segundo) constituem 49% da população total da Palestina.

Dos mais de 30 mil palestinianos que perderam a vida na guerra, cerca de nove mil são mulheres, segundo o relatório.

A agência de estatísticas indica ainda que 75% dos mais de 72 mil feridos em Gaza são mulheres, assim como 70% dos sete mil desaparecidos e 50% dos cerca de dois milhões de pessoas deslocadas.

De acordo com dados do Ministério dos Assuntos de Detidos e Ex-Detidos, existem atualmente 56 mulheres palestinianas detidas em prisões israelitas; 44 mulheres da Cisjordânia, três de Gaza e nove na Linha Verde (territórios ocupados em 1948).

O relatório do PCBS indica que toda a população da Faixa de Gaza (cerca de 2,2 milhões de pessoas) enfrenta elevados níveis de insegurança alimentar e cerca de 50% da população (1,17 milhões de pessoas) está em situação de emergência.

Um em cada quatro agregados familiares (mais de meio milhão de pessoas) enfrenta condições catastróficas, devido à extrema falta de alimentos, fome e esgotamento da capacidade de sobrevivência.

"As mulheres e as raparigas encontram-se muitas vezes marginalizadas em crises, onde reduzem o seu consumo alimentar quando as condições se deterioram, e correm um risco particular de desnutrição, o que tornará as mulheres grávidas e lactantes mais vulneráveis a riscos como defeitos congénitos ou mortalidade infantil prematura", é referido no documento.

Especialmente grave é a situação das cerca de 60 mil mulheres grávidas em Gaza, onde ocorrem 180 partos diariamente.

"Provavelmente cerca de 15% destas mulheres sofrerão complicações durante a gravidez e o parto que são difíceis de tratar devido à falta de cuidados médicos. Isto significa que há uma grande probabilidade de aumento de nascimentos em condições de saúde inseguras, o que constitui uma violação grave dos direitos das mulheres e põe em perigo as suas vidas e a dos seus recém-nascidos", refere o PCBS.

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