Dom Rui Valério diz que "reparações às antigas colónias são uma caixa de Pandora"

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Emissão Renascença | Ouvir Online

28 abr, 2024 - 21:31 • Vasco Bertrand Franco

Dom Rui Valério assume que tema das reparações às antigas colónias é uma Caixa de Pandora.

O Patriarca de Lisboa disse este domingo que o tema das reparações às antigas colónias é uma "caixa de Pandora" e que é necessário a recuperação da dignidade do ser humano.

Dom Rui Valério garantiu à Renascença que o que “deve estar em primeiro lugar é a reparação na dignidade do ser humano. Contribuir para que esses países verdadeiramente venham a crescer, não só em desenvolvimento económico, em progresso social, mas venham a crescer, igualmente, em desenvolvimento humano.”

Nas Celebrações do 50.º aniversário da Casa do Oeste, fundação que acolhe campos de férias, retiros entre outras atividades, o Patriarca disse que antes de pensar em reparações a outros países é primeiro necessário reparar a nível interno.

Dom Rui Valério recuperou o tema das expropriações onde vários “imóveis, edifícios, foram capturados. Temos tantos exemplos em determinados momentos históricos, que ainda não regressaram aos seus legítimos proprietários originais. Eu estou concretamente a falar de igrejas que, em tempos passados, em momentos históricos, foram capturados, pela circunstância cultural, pela circunstância da história.”

Dom Rui Valério referia assim a Implantação da República, onde várias propriedades da igreja foram expropriadas e que mais de 100 anos depois ainda não foram devolvidas.

Após a celebração eucarística, em Ribamar, o Patriarca de Lisboa falou também na dualidade de critérios na qual diz que “os mesmos países que eventualmente são chamados a reparar, eles próprios têm de ser reparados. Eu pertenço a um conselho em que a peça por excelência da cripta, da Igreja de Ourém, aquando das invasões francesas, foi levada para França. Pergunto por isso. A reparação terá de acontecer também aí?”

Um tema que Dom Rui Valério considerou bastante “polémico” e que terá de ser eventualmente abordado com “ponderação, muita meditação e, acima de tudo, com uma contextualização porque corremos o risco de estar a pronunciar princípios, que podem ser movidos por critérios ou considerações louváveis, mas que estão fora de contexto”.

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