Dragon’s Dogma II em análise: Uma espécie de Guerra dos Tronos

5 meses atrás 85

Estamos nós descansadinhos da vida a acartar calhaus quando um dragão gigante decide parar ali perto da nossa mina para ‘almoçar’, se é que nos fazemos entender. Segue-se uma batalha desesperada pela sobrevivência. Caímos em combate e o dragão decide roubar-nos e comer o nosso coração (com pode ver pela imagem acima). O que parecia uma esperança média de vida muito curta para a nossa personagem é, na realidade, o começo de uma jornada de exploração. É que apesar de termos ficado sem coração, misteriosamente, sobrevivemos. E isso faz com que passemos de um simples escravo para sermos o ‘escolhido’. As pessoas chamam-nos de “Arisen”, o ressurgido em tradução livre.

A trama do jogo passa por reclamarmos o nosso lugar como dono legítimo do trono do reino, mas não é isso que torna Dragon’s Dogma II num jogo de ação e exploração (RPG) distinto, é a forma como vamos cumprindo cada etapa nesta nossa jornada.

Dragon's Dogma II

Um ajudante vem mesmo a calhar

Nesta aventura de fantasia medieval não caminhamos sozinhos. Temos mais três personagens que nos acompanham ao longo do percurso. Um deles é um Pawn, ou um pajem. É uma tipologia de personagem que está ali para nos defender e servir. A parte desafiante é que podemos ir trocando de pajem ao longo do jogo, escolhendo entre muitas opções que têm diferentes habilidades e personalidades. Ou seja, podemos ajustar a nossa equipa em função das necessidades específicas de cada missão.

E o mesmo é válido para os outros dois companheiros de aventura. Há pessoas que se oferecem, literalmente, para vir connosco. Outras, por serem mais valiosas, já temos que pagar. O nosso conselho é que monte uma equipa equilibrada, capaz de executar ataques à distância, desferir golpes corpo a corpo e também domine algumas artes mágicas.

Gostamos muito da vastidão do mapa, que nos faz sentir que estamos numa verdadeira jornada de descoberta e que rapidamente altera-se. Por exemplo, às vezes somos abordados por estranhos que nos pedem favores, que se tornam em missões secundárias. Noutras vezes somos atacados de surpresa por ogres gigantes ou pequenos grupos de esqueletos. Em Dragon’s Dogma II temos de estar sempre preparados para o imprevisto.

Dragon's Dogma II

O sistema de luta é dinâmico e impiedoso. Sobretudo quando encontramos inimigos gigantes, basta sofrermos dois ou três golpes para ficarmos ‘k.o.’. Ou seja, temos de saber gerir o ataque e a defesa para não ficarmos em sarilhos. E se há pequenos inimigos que conseguimos dominar com facilidade, há monstros gigantes que temos de suar, literalmente, para conseguirmos derrotar. Um dos elementos que mais gostamos é dos pequenos pormenores que dão mais realismo à ação, como penas a cair quando atacamos uma harpia em pleno ar, darmos um ‘mais cinco’ ao nosso pajem quando somos bem sucedidos num combate ou ver o troll cheio de lacerações depois vários minutos de combate.

Dragon's Dogma II

Se é verdade que o jogo está muito estruturado em termos de missão principal (vai daqui para ali, resolve algo, agora vai dali para acolá), também é verdade é que existem muitas missões secundárias que nos fazem sair da rota principal. Aliás, sempre que exploramos mais do que aquilo que nos é pedido, é quando percebemos que este é um mundo de jogo vivo e muito mais rico do que à primeira vista aparenta. São muitas as missões secundárias à nossa espera, pelo que difícil pode ser gerir o tempo para completar tudo, já que isto far-nos-á andar para trás e para a frente no mapa de jogo, sem formas rápidas de ‘encurtarmos’ caminho e tempo.

Há, no entanto, elementos que nos parecem descuidados para um jogo desta magnitude e preço. A começar logo pela locomoção das personagens, num estilo de corrida muito primitivo, pouco fluído, e que faz este jogo parecer mais velho do que é na realidade. Depois também sentimos, por várias vezes, dificuldades no controlo da posição da câmara de jogo, sobretudo durante combates mais intensos, justamente aqueles que são mais difíceis. E também somos da opinião que o jogo não faz o suficiente para nos explicar tudo o que precisamos de saber em termos de gestão de armas, inventário e habilidades logo na fase inicial do jogo.

Apesar de não ser um jogo inspirador, nem altamente original, sobretudo na parte da história, tem os elementos certos e diferenciadores para que os fãs de RPG se sintam tentados a ser o Arisen.

Tome Nota
Dragon’s Dogma II | €74,99

Nota final: 4

Plataformas Xbox Series X|S (testado), PC, GeForce Now, PlayStation 5
Estúdio Capcom US
Editora Capcom

Prós
– Tantas personagens e tantas habilidades. Aborrecido este jogo não é
– Flechas, chamadas, espadas… Estes combates são duros de roer

Contras
– Alguém que arranje maneira de controlar a câmara de jogo
– Tantas missões secundárias… Para onde é que devo ir mesmo?

Ler artigo completo