Dupla paga por esquema de chamadas para dissuadir voto de afro-americanos

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Esta informação foi avançada hoje pela procuradora-geral Letitia James, com o acordo a surgir depois de em 2022 Jacob Wohl e Jack Burkman se terem declarado culpados pela promoção de ações de desinformação através de chamadas automáticas para números de telefone em bairros predominantemente de afro-americanos no Ohio, Michigan, Illinois e Pensilvânia, em que era dito às pessoas que podiam ser presas, alvo de cobrança de dívidas e vacinação forçada se votassem pelo correio.

"Não se deixem enganar para darem a vossa informação a este homem, mantenham-se seguros e tenham cuidado com o voto por correspondência" dizia a gravação automática aos potenciais eleitores no período que antecedeu as eleições presidenciais de 2020, que foram ganhas por Joe Biden.

A dupla de conservadores foi processada em Nova Iorque, em 2020, pela organização de direitos civis The National Coalition on Black Civil Participation, bem como por pessoas que receberam aquelas chamadas e pelo procurador-geral do estado.

Segundo os procuradores, cerca de 85 mil pessoas de todo o país receberam aquele tipo de chamadas, incluindo cerca de 5.500 números de telefone com indicativos da zona de Nova Iorque, tendo estas sido efetuadas quando as autoridades estava a coordenar uma ação de voto por correspondência sem precedentes devido à pandemia de covid-19.

Durante o processo judicial de Nova Iorque, os advogados de Wohl e Burkman argumentaram que as chamadas estavam protegidas pela Primeira Emenda e que não tinham por alvo etnias específicas.

A defesa também contestou a existência de provas de que Wohl e Burkman estivessem a tentar dissuadir as pessoas de votar.

O acordo alcançado impõe aos dois homens o pagamento de 1 milhão de dólares (cerca de 920 mil euros), com o valor a aumentar para 1,25 milhões de dólares (cerca de 1,15 milhões de euros) se a dupla não entregar pelos menos 105 mil dólares (cerca de 96,6 mil euros) até ao final do ano.

O acordo permite que o pagamento total possa ser reduzido para 400 mil dólares (cerca de 368 mil euros) se os autores do esquema cumprirem uma série de prazos de pagamento ao longo dos próximos anos.

"O direito de voto é a pedra angular da nossa democracia e pertence a todas as pessoas. Não vamos permitir que ninguém ameace esse direito", disse a procuradora-geral de Nova Iorque, a democrata Letitia James, quando anunciou o acordo, sublinhado que "Wohl e Burkman orquestraram uma campanha depravada e repleta de desinformação para intimidar os eleitores negros, numa tentativa de influenciar a eleição a favor do seu candidato preferido".

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