E depois da morte? Dicas sobre como preparar as suas contas online

2 horas atrás 23

Não estamos a desejar a morte a ninguém, mas não se perde em saber como a nossa pegada digital deve ser tratada após o último suspiro na Terra. E praticamente todas as plataformas online têm soluções para que essa gestão seja bastante simples.

Ilustração para explicar o que fazer com a peugada digital após a morte

Pois é, pode parecer um bocadinho sinistro, mas a verdade é que muitas contas ficam penduradas online depois da morte do titular, dando azo a situações caricatas como anunciar o aniversário de alguém que já faleceu há uns tempos.

A verdade é que a maioria das pessoas acumula uma grande quantidade de dados ao longo da vida — selfies, e-mails, vídeos e muito mais — nas suas contas de redes sociais e digitais. E o que acontece a esses dados quando morremos?

É sensato redigir um testamento a indicar quem herdará os seus bens físicos, mas não se esqueça de cuidar também do seu espólio digital. Amigos e familiares podem valorizar os ficheiros e publicações que deixou para trás, mas esses dados podem acabar por se perder no limbo digital, a menos que tome algumas medidas simples. Aqui está como pode preparar a sua vida digital para os seus herdeiros nos diferentes canais.

Apple

A Apple permite-lhe nomear um “contacto de legado”, que pode aceder aos dados da sua conta Apple após a sua morte. A empresa diz que esta é uma forma segura de dar acesso a fotos, ficheiros e mensagens a pessoas da sua confiança.

Para configurar, precisará de um dispositivo Apple com um sistema operativo recente — iPhones e iPads precisam de ter no mínimo o iOS/iPadOS 15.2, e MacBooks, de macOS Monterey 12.1.

No iPhone, iPad ou iPod touch vá a Definições e toque no seu nome. Agora toque em Início de sessão e segurança e, em seguida, toque em Contacto de legado.

Terá de partilhar uma chave de acesso com o seu contacto. Pode ser uma versão digital enviada eletronicamente ou pode imprimir uma cópia ou guardá-la como captura de ecrã ou PDF.

Note que há alguns tipos de ficheiros que não poderá transmitir, como músicas e filmes protegidos por direitos digitais e palavras-passe guardadas no gestor de palavras-passe da Apple. Estes contactos só podem aceder à conta de um utilizador falecido durante três anos antes de a Apple eliminar a conta.

Google

O Google tem uma abordagem diferente com o seu Gestor de Contas Inativas, que permite partilhar os seus dados com alguém, caso o sistema detete que deixou de usar a sua conta. Ao configurar, precisará de definir quanto tempo o Google deve esperar — entre três e 18 meses — antes de considerar a sua conta inativa. Depois desse período, o Google pode notificar até 10 pessoas.

Pode escrever uma mensagem a informá-las de que deixou de usar a conta e, opcionalmente, incluir um link para descarregar os seus dados. Pode escolher que tipos de dados eles poderão aceder, incluindo e-mails, fotos, entradas de calendário e vídeos do YouTube.

Há também uma opção para eliminar automaticamente a sua conta após três meses de inatividade, por isso os seus contactos terão de descarregar os dados antes desse prazo.

Facebook e Instagram

Algumas plataformas de redes sociais podem preservar contas de pessoas falecidas, para que amigos e familiares possam honrar a sua memória.

Quando utilizadores do Facebook ou Instagram falecem, a empresa-mãe Meta pode transformar a conta num memorial, se receber um pedido válido de um amigo ou familiar. Os pedidos podem ser enviados através de um formulário online.

A empresa recomenda que os utilizadores do Facebook adicionem um contacto autorizado para gerir as suas contas memoriais. Esses contactos podem fazer coisas como responder a novos pedidos de amizade e atualizar publicações fixadas, mas não podem ler mensagens privadas ou remover ou alterar publicações anteriores. Pode escolher apenas uma pessoa, que também precisa de ter uma conta no Facebook.

Também pode solicitar que o Facebook ou Instagram eliminem a conta de um utilizador falecido, caso seja um familiar próximo ou executor testamentário. Terá de enviar documentos, como uma certidão de óbito.

TikTok

No TikTok, se um utilizador falecer, é possível enviar um pedido para transformar a conta num memorial através do menu de definições. Vá ao seu perfil. Depois canto superior direito a opção Definições e privacidade.

Agora a opção Relatar um problema. Depois Conta e perfil e Gerenciar conta. Por fim, Relatar a conta de uma pessoa falecida no TikTok.

Depois de uma conta ser transformada num memorial, será rotulada como "Em memória".

Ninguém poderá iniciar sessão na conta, o que impede qualquer alteração no perfil ou a publicação de novos conteúdos.

X (ex-Twitter)

No X, não é possível nomear um contacto. No entanto, familiares ou uma pessoa autorizada podem enviar um pedido para desativar a conta de um utilizador falecido.

Palavras-passe

Além dos principais serviços online, provavelmente terá dezenas, se não centenas, de outras contas digitais que os seus herdeiros poderão precisar de aceder. Poderá escrever todas as suas credenciais de acesso num caderno e guardá-lo num local seguro. No entanto, essa cópia física pode ser vulnerável. E se a perder? E se alguém a encontrar?

Em vez disso, considere um gestor de palavras-passe que tenha uma funcionalidade de acesso de emergência. No fundo, são cofres digitais onde pode armazenar todas as suas credenciais. Alguns, como Keeper, Bitwarden e NordPass, permitem que os utilizadores nomeiem uma ou mais pessoas de confiança que possam aceder às suas chaves em caso de emergência, como a sua morte.

No entanto, há alguns obstáculos: esses contactos também precisam de usar o mesmo gestor de palavras-passe e, em alguns casos, poderá ser necessário pagar pelo serviço.

Como pode ver, não é difícil apagar parte substancial do nosso rasto digital após a morte. Basta recorrer à tecnologia e aos amigos ou familiares certos.

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