O futebol tem o poder quase mágico de fazer com que as pessoas se apaixonem das formas mais curiosas pelo mais variado lote de coisas que existem e é assim que surgem estórias bonitas de ser contadas. Foi por mero acaso que encontrámos e conhecemos Jumpei Fujita, que gosta de ser conhecido por «Japa», um japonês que não esconde a louca paixão que tem pelo Benfica. Japa chamou-nos à atenção nas redes sociais pela forma apaixonada como fala e acompanha o Benfica e isso levou-nos a querer perceber como é que um cidadão nascido e criado no Japão se tornou um adepto tão fervoroso das águias. A história de ligação entre as duas partes é já longa, remonta a 2010 e merece ser contada. Japa e o seu ídolo, Aimar @Arquivo Pessoal Desde aí que a ligação emocional de Japa ao Benfica apenas se fortaleceu. O japonês veio a Portugal diversas vezes ao longo do tempo e sempre tentou estar o mais próximo possível dos encarnados: «Uma vez fiquei aqui em Portugal durante duas semanas e fui 10 dias seguidos para o Seixal, para estar com os jogadores. Não aproveitei nada para passear. Passei o tempo todo lá, com frio, para conhecer os jogadores.» «Já tirei foto com 50 ou mais jogadores. A partir de 2011, até 2020, sempre fui acompanhando o Benfica. Gostei muito de conhecer o Pablo Aimar. Na primeira vez que fui ao Seixal, em 2011, consegui conhecê-lo e tirar foto. Sempre gostei dele, mas cá consegui conhecê-lo. Conheci alguns treinadores e jogadores novos, como o Rúben Dias, Florentino Luís, Ferro ou o Gedson [Fernandes], que uma vez vieram ao Japão para um estágio de preparação do Mundial Sub-20 na Coreia do Sul», acrescenta. Japa no referido estágio @Arquivo Pessoal Em 2020 mudou-se mesmo para Portugal, aproveitando o convite da UD Oliveirense- que passou a ter representação japonesa bastante forte na SAD - para ser secretário da administração, onde «fazia de tudo um pouco», incluindo tirar fotos nos jogos e treinos, «mesmo não sendo profissional». No entanto, a sua principal missão era servir de tradutor e intérprete entre os vários intervenientes, fruto da sua formação em língua portuguesa. Atualmente já não está ligado à UD Oliveirense e trabalha numa empresa de videojogos, como analista de conteúdo em japonês, que o impede de ir tanto ao Seixal, mas alargou os seus horizontes no apoio ao Benfica: «Agora, como trabalho de segunda a sexta, não consigo. Costumo ir ao Seixal para os jogos da equipa B porque joga lá o Kokubo, que é japonês e é meu amigo. Sempre gostei de futsal e até cheguei a falar e tirar fotos com o Henmi [antigo jogador de futsal do Benfica], mas agora também vejo e gosto de outras modalidades, como o hóquei e o basquetebol.» Japa e o presidente do Benfica, Rui Costa @Arquivo Pessoal