É lenda em Salzburg e recorda Schmidt: «Tratou-me sempre com carinho»

Cresceu e tornou-se jogador na Catalunha - primeiro ao serviço do Espanyol e depois na equipa secundária do Barcelona -, mas foi em Salzburgo onde Jonathan Soriano encontrou a sua casa futebolística e virou lenda (e uma máquina de golos).

170 golos em 201 jogos. Os números não mentem. O avançado espanhol é - até hoje - o jogador com mais golos no emblema austríaco, com quase o dobro dos golos do segundo jogador com mais golos: pode ver aqui a lista.

A estreia, na Áustria, foi sob as ordens de Ricardo Moniz, contudo, a explosão surgiu com Schmidt, treinador que Jonathan recorda com muita saudade e carinho. Não é caso para menos: foram felizes juntos. No total, Soriano foi treinado por Schmidt em 101 ocasiões, tendo - nesse período - conquistado dois troféus.

Amado pelos adeptos do RB Salzburg, o zerozero - tendo em conta o desafio entre RB Salzburg e Benfica -, foi ao encontro do espanhol de 38 anos que recordou «a melhor fase da carreira», falou de Schmidt e lançou o jogo entre águias e touros.

Esta é a Parte I da entrevista do zerozero ao espanhol

«Perguntava-me sempre se estava tudo bem»

Zerozero: É fácil dizer que foi muito feliz em Salzburgo, certo?

Jonathan Soriano: Sim, sem dúvida que foram os melhores anos da minha carreira, enquanto profissional. Tive momentos muito bons, tanto do ponto de vista individual como também a nível coletivo, sendo que ganhámos muitos troféus importantes.

zz: E qual foi o momento mais marcante no RB Salzburg?

JS: Diria que ter a possibilidade de jogar competições europeias e ter a felicidade de, por exemplo, eliminar um clube como o Ajax da prova [n.d.r: eliminatória foi disputada em 2014 (Liga Europa)]. Mas ainda mais impactante foram as conquistas de troféus. Enfim, é complicado escolher só um momento [risos].

zz: O que acha que faz o RB Salzburg um clube tão poderoso na Áustria?

JS: O método de trabalho e a nova filosofia [n.d.r: pode ler mais sobre este tópico AQUI]. Conseguimos jogadores jovens com qualidade e todos os anos conseguíamos nos reinventar, até porque época após época tínhamos muitos jogadores novos.

zz: Como avalia a Liga Austríaca?

JS: É uma liga que está num 'segundo escalão', a seguir às principais cinco ligas, e onde o RB Salzburg vai dominando. 

zz: Em termos de golos, a sua melhor temporada foi com Roger Schmidt, atual treinador do Benfica. Com que opinião ficou dele?

JS: Só tenho palavras boas e de agradecimento para ele. Desde o primeiro dia que chegou que me mostrou muito carinho. Desde logo, nomeou-me como capitão da equipa. Depois, ainda estive com o Roger na China e também foi uma alegria. Estou muito agradecido e mantenho-me em contacto com ele.

zz: Teve uma relação próxima com Schmidt?

JS: Sim, a verdade é que - apesar da barreira da linguagem -, não podíamos comunicar diretamente, contudo, com a ajuda de um tradutor, tivemos vários momentos bons. Ele tratou-me sempre com carinho e, inclusive, no nascimento da minha filha, ele mostrou ser muito atencioso e perguntava-me sempre se estava tudo bem comigo ou com a minha mulher.

zz: Em relação ao jogo: o que espera?

JS: O Benfica não teve muita sorte neste grupo e, com os resultados que obtiveram, já não avançam. Vai ser, acima de tudo, bonito ver Roger voltar a casa. Os adeptos recordam-se dele com muita saudades.