E vão dois. Depois de Costa e Metsola, falta a eleição de Von der Leyen para cumprir o acordo

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Roberta Metsola garantiu a reeleição como presidente do Parlamento Europeu, por uma maioria “absolutíssima” de 562 votos, mas permanece a incerteza sobre a recondução de Ursula Von der Leyen, como presidente da Comissão Europeia. Há muito que PPE, S&D e Liberais chegaram a acordo para aprovar estes três nomes, mas a atual presidente ainda vai a votos, para garantir a recondução no cargo. A questão é que o voto é secreto, e a reeleição de Von der Leyen ainda não está assegurada.

É neste quadro que ganha importância a visita a Estrasburgo, esta tarde, de António Costa, apesar de só assumir em dezembro as funções de presidente do Conselho Europeu. Costa vai reunir-se esta tarde com os deputados da família Socialista e Democrata e, nos passos perdidos do Parlamento Europeu, ganha força a tese de que o antigo primeiro-ministro tentará convencer os eurodeputados da importância de respeitar o compromisso alcançado, e de viabilizarem a reeleição de Ursula Von der Leyen.

Sebastião Bugalho do PPE, família política a que pertence a atual presidente da Comissão Europeia, espera que não seja necessário a influência de Costa para que os socialistas cumpram com a sua palavra.

"Espero que não haja necessidade, mas o que é facto é que o Doutor António Costa integra uma solução a três, como dizíamos há pouco, das três maiores famílias europeias", disse o eurodeputado português. "Se o acordo fosse incumprido — é um cenário que eu não coloco. —, mas se o acordo fosse incumprido por uma das partes, naturalmente que António Costa, que já está eleito Presidente do Conselho Europeu, enfrentaria um cenário de politicamente complexo e seria complexo não só para ele, mas como para toda a Europa."

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Sebastião Bugalho disse ainda que esse não será, com certeza, o desejo de António Costa. "Nem ele desejará isso, nem nós no PPE, nem nós nem delegação portuguesa da AD desejamos isso. Portanto, qualquer contributo que António Costa dê para a estabilidade europeia e para os socialistas europeus se unirem em torno deste acordo, será um acordo positivo, até porque o integra a ele."

Em nome dos socialistas, Marta Temido defende que os eurodeputados socialistas são “confiáveis” e que os acordos são para cumprir, embora acrescente que “não há cheques em branco”. A questão que se coloca, argumenta a eurodeputada, é como é que se conjugam estes dois princípios? A chefe da missão do PS no Parlamento Europeu garante que não são incompatíveis.

"As duas coisas são perfeitamente compatíveis e eu explico: nós somos confiáveis em relação àquilo que assumimos como compromissos e, portanto, em termos daquilo que é o sentido da nossa votação. Naturalmente que os compromissos que assumimos têm por base não posições, mas conteúdos políticos e, portanto, esses conteúdos políticos tem que ser respeitados", acrescentou Marta Temido.

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Ou seja, independentemente de haver um compromisso, este ainda é o tempo de negociar uma estratégia política que seja compatível entre as duas maiores famílias políticas no Parlamento Europeu. A eleição de Ursula Von der Leyen está marcada para a próxima quinta-feira e há que aguardar pacientemente pelo resultado para saber se o compromisso alcançado se traduz na recondução da presidente da Comissão Europeia. Ou se, pelo contrário, haverá alguma surpresa na hora da contagem. Não seria inédito.

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