Eclipse total. As imagens do fenómeno que escureceu os céus da América do Norte

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Foi o primeiro eclipse solar total no século XXI. Estima-se que mais de 44 milhões de pessoas tenham estado de olhos postos no céu, na faixa terrestre que começou no México, atravessou 13 Estados dos EUA e terminou no leste do Canadá, para observar o alinhamento perfeito que colocou a Lua a tapar o Sol.

Por cada ponto fixo na Terra que ficasse nesta trajetória, foi possível ver o dia ficar noite até quatro minutos e meio.

A timelapse (8x speed) of today's #SolarEclipse from Mount Washington Observatory, #NH. It was a partial eclipse for our location w/ 99.97% coverage. Winds were 35-50 mph at the time, so keeping our camera setup stable was a bit of a challenge, so we apologize for the wobble. pic.twitter.com/HKrz43XBrq

— Mount Washington Observatory (MWO) (@MWObs) April 9, 2024

Nos EUA, as temperaturas registaram uma descida de cerca de dez graus, à medida que o eclipse solar cruzava as regiões.

“Foram registados dados meteorológicos interessantes no Aeroporto Cleveland-Hopkins. A temperatura caiu quase dez graus antes e durante o eclipse solar total”, reportou o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) Cleveland, Ohio, na rede social X.

Eclipse visível a partir de das pistas de ski de Sugarbush em Warren, Vermont, EUA | Lauren Owens Lambert - Reuters

O movimento da sombra visível na América do Norte durou cerca de uma hora e teve também impacto nos animais.

À medida que o eclipse se aproximava do momento mais escuro, muitos animais do Zoológico de Columbus, no Ohio, como “ursos-preguiça, pandas vermelhos, renas e avestruzes, adormeceram como se fosse noite”, descreveram os investigadores.

“Cerca de sete minutos depois, começou a clarear um pouco e todos os animais começaram a levantar-se como se estivessem a se prepar para o dia”, explicou Shannon Borders, curadora da exposição Heart of Africa do zoológico, ao The Columbus Dispatch.

Já no Zoológico de Fort Worth, no Texas, os tratadores disseram que “alguns animais demonstraram curiosidade e vigilância durante o eclipse”.
Pontos vermelhos no halo

Durante o eclipse solar total, as pessoas na Terra puderam ver a atmosfera do Sol, ou a coroa formando um halo durante o tempo que a Lua bloqueava o resto da luz do Sol.

O halo de fogo, chamado de proeminência, é formado por enormes voltas de plasma que sobressaem na superfície visível do Sol.

Partes do halo também podem parecer avermelhadas, pois o seu plasma pode originar-se mais profundamente na atmosfera do Sol – numa camada com hidrogénio a altas temperaturas que emite luz vermelha, expilcam os cientistas.


As proeminências em tom de rubi visíveis no observatório em Dallas, no Texas | Keegan Barber - NASA via Reuters


A Central Washington University enviou balões para captar dados e compreender melhor como o clima mudou durante o eclipse.

Estes balões meteorológicos foram capazes de subir até 33 quilómetros de altitude, voando para a estratosfera. Com eles seguiram instrumentos alimentados por bateria para registar informação sobre temperatura, humidade, pressão, bem como direção e velocidade do vento.

A NASA também lançou pequenos jatos para recolher dados acima da atmosfera da Terra para conhecer mais sobre a estrutura e a temperatura da atmosfera externa do Sol.

“O eclipse solar total é uma forma realmente emocionante de envolver o público na ciência e, ao mesmo tempo, avançar o nosso conhecimento sobre o Sol e os seus impactos sobre nós aqui na Terra”, sublinhou Colleen Hartman, diretora do Conselho de Estudos Espaciais das Academias Nacionais.

Espanto ao olhar para cima


Atraídas pela possibilidade de observar diretamente o fenómeno total, milhares de pessoas rumaram para a geografia da trajetória anunciada. As estradas em muitas regiões dos EUA sofreram engarrafamentos que chegaram a ser de três horas. Os visitantes chegaram de todo o mundo, inclusive registaram-se pelo menos 90 aviões particulares.


Criança visivelmente admirada ao ver o eclise solar. Estátua da Liberdade em Nova Iorque, EUA | David Dee Delgado - Reuters


Todos os que esperam para ver o fenómeno precisaram de proteger os olhos com óculos especiais com filtro negro, pois não é seguro olhar diretamente para o Sol, correndo-se o risco de sofrer lesões.

Os Açores foram a única região de Portugal onde o eclipse do Sol pôde ser visto parcialmente, apesar das condições metereológicas desfavoráveis.


Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores | António Araújo - Lusa

No resto da Europa, o eclipse foi visto parcialmente em Svalbard (Noruega), Islândia, Irlanda, partes oeste da Grã-Bretanha, e em Espanha, nas Ilhas Canárias.
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