Economist. Guerra prolongada em 2024 mas menos intensa

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O terceiro ano de guerra na Ucrânia deverá ser marcado pela continuação do conflito, mas com menos intensidade, segundo as previsões da Economist Intelligence Unit, que vê poucas probabilidades de uma vitória da Rússia ou de abertura de negociações.

Apesar de antecipar uma guerra prolongada e de afastar conversações de paz, a divisão de pesquisa e análise do grupo The Economist espera uma mudança na natureza do conflito, provocada pela escassez de armamento e de recursos humanos quer da Ucrânia quer da Rússia.

Este cenário, que a unidade considera ser o mais provável em 2024, com 55%, terá como consequência alterações pouco significativas na frente de combate e perdas contínuas dos dois lados, bem como pressões orçamentais devido aos elevados gastos com defesa.

Apesar de a fadiga de guerra estar a aumentar, três anos após o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, os analistas da The Economist não esperam que "o apoio ocidental entre em colapso a um ponto que permita à Rússia obter grandes ganhos territoriais", o que significaria "um sinal poderoso" que o Ocidente enviaria a outras potências com intenções expansionistas e o aumento dos riscos geoestratégicos.

Por outro lado, os atrasos no fornecimento de pacotes de ajuda, associados à escassez de recursos e de armamento, "forçará a Ucrânia a passar de uma abordagem militar ofensiva para uma abordagem militar defensiva", diz a Economist Intelligence Unit, ressalvando que a Rússia tem menos problemas a este nível," mas também não está isenta de restrições".

A análise adverte que uma vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas em novembro, que não é em todo o caso a previsão principal, "alteraria drasticamente esta perspetiva, aumentando dramaticamente o risco de instabilidade na Europa de Leste". Ainda assim, neste momento, esta probabilidade merece apenas 20%.

Se Trump regressasse à Casa Branca, o documento refere que a Ucrânia seria forçada a negociar com a Rússia, mas numa posição de fraqueza, e um acordo com Moscovo representaria a perda formal de vários territórios do país.

Outro cenário que nesta fase do conflito também é pouco provável, apenas 20%, está relacionado com a conquista de mais território no sul e no leste da Ucrânia no verão pela Rússia, que ganharia vantagem de menos apoio militar do Ocidente a Kiev.

Esta circunstância iria desencadear um debate acirrado na Europa e nos Estados Unidos a respeito da resposta apropriada, através da galvanização dos aliados em torno do aumento de pacotes de ajuda extra ou "semeando divisões sobre a lógica de continuar a sustentar uma guerra a longo prazo que a Ucrânia dificilmente vencerá".

Esta ideia conduz ao cenário menos provável, em que a Economist Intelligence Unit apenas atribui 5% à possibilidade de a Ucrânia expulsar os russos do seu território, o que poderia suceder se o Kremlin começasse a enfrentar dificuldades económicas e divisões internas sobre o esforço de guerra.

Isso representaria um sinal para Ocidente de que as forças de Kiev poderiam retomar a iniciativa, aliviando tensões entre os aliados no sentido de mais ajuda militar, "numa aposta para empurrar a Rússia para fora do país".

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