EDIA agrava prejuízos para 40 milhões em 2023 com elevados custos de eletricidade e água

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O consumo de água nos perímetros do EFMA subiu cerca de 12% para 407 milhões de metros cúbicos. Por seu turno, as despesas com fornecimentos e serviços externo subiram 25% para 50 milhões de euros fundamentalmente devido ao elevado consumo de eletricidade (237 GWh).

A EDIA (dona do Alqueva) obteve um resultado líquido negativo em 2023 montante de 40,04 milhões e euros e, portanto, pior do que o planeado (-10,71 milhões) em cerca de 29,33 milhões de euros (-273,8%).

Em termos homólogos, os resultados obtidos foram igualmente piores em cerca de 29,51 milhões, ou seja, houve um desvio desfavorável de 280,2%, diz a EDIA em comunicado à CMVM.

A assinalar há uma redução significativa do EBITDA em cerca de 30,94 milhões de euros (720,21%) quando comparado com o ano de 2022, passando de 4,30 milhões positivos para os 26,64 milhões negativos.

No lado das receitas, os rendimentos da atividade operacional em 2023 totalizaram 54,80 milhões de euros, abaixo do valor previsto no plano em 3,7%, o que corresponde a menos 2,11 milhões de euros.

No entanto, quando comparado com o ano anterior, houve um aumento de 5,2%, equivalente a 2,70 milhões, o que se deve, sobretudo ao crescimento de  4,65 milhões (+12,0%) nas Vendas e Prestações de Serviços, que compensou a diminuição de 1,65 milhões (-44,1%) da rubrica Variação dos inventários de produção, motivada pela redução do investimento do EFMA, explica a EDIA.

“Refira-se que esta diminuição, no que diz respeito à execução face ao orçamentado, foi compensada por um valor semelhante na rubrica de variação dos inventários de produção, que apresentou uma redução de 1,82 milhões”, ressalva a empresa.

As Vendas e Prestações de Serviços totalizaram os 43,41 milhões em 2023, com destaque para os segmentos de Energia (12,26 milhões) e Água (28,69 milhões).

Quando comparado com o mesmo período do ano anterior, observa-se um crescimento de 0,8% no segmento Energia (+102 mil). Já no segmento Água, o crescimento foi mais expressivo, alcançando 17,7%, o que representa um aumento de 4,32 milhões, “devido sobretudo ao aumento do volume de água distribuída em 2023, já que o tarifário se manteve inalterado”.

Do lado dos custos, a EDIA refere que aos gastos da atividade operacional totalizaram 88,80 milhões em 2023. Esse valor representa um aumento de 46,6% (+ 28,24 milhões) em relação ao ano anterior e um desvio desfavorável de 42,2% (+26,35 milhões) em relação ao plano revisto, que era de 62,45 milhões.

Esta variação deve-se principalmente ao crescimento dos gastos com Fornecimentos e serviços externos (+5,28 milhões), mas também pelo reforço das Provisões em 20,56 milhões pela constituição da provisão associada ao novo Contrato de Concessão da rede secundária (+22,34 milhões face ao período homólogo), explica a EDIA Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva.

No que toca aos gastos com fornecimentos e serviços externos, destaca-se o aumento na rubrica de eletricidade, que atingiu 7,79 milhões, em comparação com o plano revisto, e 11,34 milhões em relação ao período homólogo. Essa variação é justificada pelo impacto conjugado do preço de energia contratada pela EDIA e das condições meteorológicas verificadas em 2023, o que implicou um maior gasto de energia para o reforço da adução de água em todo o EFMA. Comparado com o período homólogo, os gastos com Fornecimentos e serviços externos contabilizados em 2023 foram superiores em 10,73 milhões (+26,7%) em relação a 2022.

A EDIA destaca, além do aumento nos custos de eletricidade, um acréscimo de 1,09 milhões nos gastos de conservação e reparação, e uma diminuição de 1,55 milhões em subcontratos, quantia praticamente idêntica à variação dos inventários de produção.

Os gastos com o pessoal ascenderam a um montante global de 7,645 milhões, ficando ligeiramente abaixo do limite fixado de 7,649 milhões, “conforme o Despacho n.º 561/2023-SET”.

A empresa contava com um total de 191 trabalhadores no final de 2023, cumprindo assim os limites impostos na aprovação do Plano Revisto Comparado com o ano anterior, houve um aumento de 619 mil (+9%) devido principalmente à atualização salarial realizada em 2023 e à admissão de 12 novos colaboradores em dezembro, embora, com menos impacto por ter ocorrido apenas no final de 2023.

“Refira-se que a semelhança dos desvios de 2023 face ao plano revisto e ao período homólogo (2022), se deve unicamente à circunstância de ter sido considerados na revisão do plano, 10 meses de execução de 2023”, refere a EDIA.

Ainda do lado dos custos, e no que se refere à imparidade de investimentos amortizáveis, a variação relativamente ao período homólogo foi de 5,39 milhões de euros, refletindo o menor investimento contabilizado em 2023.

A EDIA contextualiza que na generalidade, o ano de 2023 foi o mais quente desde que há registos e a realidade vivida na região de influência do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) ficou assim marcada pela seca severa. Donde, a campanha de rega no EFMA arrancou muito cedo e aumentou de intensidade muito rapidamente e, pelo tanto, o consumo de água nos perímetros do EFMA subiu cerca de 12% para 407 milhões de metros cúbicos.

Por seu turno, as despesas com fornecimentos e serviços externo subiram 25% para 50 milhões de euros fundamentalmente devido ao elevado consumo de eletricidade (237 GWh), diretamente proporcional ao volume de água distribuída, associado a um preço da energia ativa que subiu face ao ano de 2022 onde tinha registado um aumento histórico.

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