Efeitos do Sora começam a sentir-se em Hollywood: projecto de 740 milhões de euros cancelado devido à IA

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Já tínhamos dito aqui que o lançamento do Sora, pela OpenAI, ia mudar o cinema; agora, começam a aparecer os primeiros indicadores que confirmam esta teoria. O produtor e actor Tyler Perry cancelou um projecto de 740 milhões de euros que iria acrescentar doze estúdios ao seu complexo de produção em Atlanta (Geórgia, EUA).

Tyler Perry abordou as várias implicações da IA no cinema, e em concreto dos filmes que escreve e produz: «Dizer que pode fazer tudo é uma coisa, mas ver realmente as capacidades, é alucinante». Segundo o actor, a IA é uma faca de dois gumes: se, por um lado, pode ajudar, por outro representa uma série de riscos

«Acabei de utilizar a IA em dois filmes que vão ser anunciados em breve. Na pós-produção e nos cenários, consegui utilizar esta tecnologia para evitar ter de passar horas a fio a ser maquilhado e a ficar assim durante todo o tempo das gravações», contou Tyler Perry em entrevista ao The Hollywood Reporter.



Outro dos exemplos dados pelo produtor e actor de filmes e séries como Don’t Look Up, Ruthless, Gone Girl são as mudanças que a IA e o Sora vai trazer às deslocações das equipas: «Vou deixar de ter de viajar para os locais. Se quiser estar na neve, na Lua, ou numa casa de montanha, basta dar instruções de texto. A IA pode gerar imagens em segundos e não preciso de estar a construir cenários. É chocante poder fazer isto apenas com um computador».

Ainda assim, Tyler Perry avisa para os perigos de recorrer a esta tecnologia: «Tem de haver algum tipo de regulamentação para proteger os cineastas, guionistas, actores e produtores, caso contrário, não vejo como vamos sobreviver. Fico muito preocupado com todas as pessoas do sector. Penso que vai chegar a todos os sectores da nossa indústria».

Lembre-se que o Sora, anunciado pela OpenAI a 15 de Fevereiro, é uma plataforma de inteligência artificial generativa que consegue criar vídeos com um nível de realidade que até agora não existia. Para já, a empresa de Sam Altman disponibilizou este modelo de difusão a alguns artistas, cineastas e analistas para que estes avaliem as suas capacidades e riscos.

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