Eleições Moçambique. Coligação anuncia manifestações contra exclusão da votação de outubro

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A Coligação Aliança Democrática (CAD) anunciou hoje duas manifestações pacíficas para quarta-feira contra a exclusão definitiva das eleições gerais de 09 de outubro, disse à Lusa fonte daquela formação política.

"Vamos realizar duas manifestações pacíficas na quarta-feira, umas às 12:00 [menos uma hora em Lisboa] e a outra às 20:00. Cada cidadão deverá se manifestar onde estiver", contra a exclusão da CAD, e "partidarização do Conselho Constitucional [CC]", disse à Lusa Luís Mariquel, coordenador nacional de comunicação e imagem da CAD e assistente de Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pela coligação.

Segundo o responsável, na manifestação das 12:00 as pessoas deverão "pintar as mãos de preto e estender ao alto onde quer que estejam" e às 20:00 deverão aglomerar-se numa praça local "acender velas por cinco minutos", simbolizando, as duas, o "funeral da justiça e da democracia em Moçambique".

"Desta vez não vamos marchar, queremos evitar confusões. Será uma manifestação super pacífica", disse Luís Mariquel, referindo-se a episódios de violência registados em algumas marchas realizadas no país.

"Que fique claro aqui que as províncias do centro e norte estão simplesmente à espera do apito para começar a explodir o país, então é [também] uma forma de conter os ânimos das pessoas", acrescentou.

O CC de Moçambique excluiu na quinta-feira passada, em definitivo, a CAD, que apoia a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, das eleições gerais de 09 de outubro.

No acórdão, em resposta ao recurso apresentado pela CAD sobre a exclusão da candidatura decidida anteriormente pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o CC declara nula a deliberação da CNE, de 09 de maio, que aceitava a inscrição da Coligação Aliança Democrática para fins eleitorais.

No domingo, Venâncio Mondlane apelou às manifestações nas ruas e praças do país, pedindo aos seus simpatizantes para que se dirijam a esses locais com as mãos pintadas de preto, como sinal do "funeral da justiça e da democracia", afirmando também que não vai recuar porque é "candidato do povo".

"Eu sou um sobrevivente, como muitos de nós que estamos aqui", afirmou, perante dezenas de apoiantes que o esperavam no Aeroporto Internacional de Maputo, onde desembarcou, depois de um périplo pela Europa.

Na sexta-feira, a CAD acusou o CC de violar a Constituição, considerando que a exclusão daquela formação política nas eleições de outubro resulta de perseguição política pelo seu apoio à candidatura de Venâncio Mondlane.

"Inscrevemo-nos e a deliberação foi aceite e publicada no Boletim da República. Quando se apercebem que a candidatura de Venâncio Mondlane é suportada pela CAD, começa o problema. O problema é perseguição política", declarou Manecas Daniel, presidente da CAD, em conferência de imprensa em Maputo.

Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições presidenciais, que vão decorrer em simultâneo com as legislativas e eleições dos governadores e das assembleias provinciais.

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