Há umas semanas, a Tesla iniciou um processo de despedimento de vários funcionários, com incidência na equipa associada aos Superchargers. Depois de muitas críticas à empresa de elétricos e ao magnata que a lidera, Elon Musk usou a sua rede social X para garantir que a Tesla gastará 500 milhões em Superchargers este ano. Agora, segundo informações, Musk está a contratar de volta alguns dos membros da equipa, incluindo o diretor de carregamento para a América do Norte.
Musk dá o dito pelo não dito?
O CEO da Tesla, Elon Musk, está a contratar de volta alguns dos trabalhadores da equipa do Supercharger que dissolveu há duas semanas, informou a Bloomberg na segunda-feira.
Segundo informações, no mês passado, Musk disse num e-mail ao seu pessoal que estava a dissolver a equipa por detrás da rede de estações de carregamento Supercharger da Tesla. Contudo, parece que Musk voltou atrás na sua decisão.
Musk trouxe de volta alguns trabalhadores do Supercharger, incluindo o diretor de carregamento da Tesla para a América do Norte, Max de Zegher, informou a Bloomberg, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
O funcionário de longa data da Tesla entrou para a empresa em 2013 e passou mais de uma década com o gigante dos veículos elétricos, de acordo com o perfil de Zegher no LinkedIn. De Zegher começou nas vendas antes de se concentrar na infraestrutura de carregamento da Tesla no Reino Unido, Europa e América do Norte.
Apesar de várias tentativas por parte de meios de comunicação, Musk não referiu quantos trabalhadores do Supercharger foram trazidos de volta.
A decisão inicial do magnata de despedir a equipa do Supercharger chocou os investidores, parceiros e clientes da Tesla. Em particular, grandes fabricantes de automóveis, como General Motors, Ford e Mercedes-Benz, que adotaram a tecnologia de carregamento da Tesla e foram deixados pendurados pela mudança de Musk.
Não ficou ninguém da equipa com quem trabalhávamos. Em termos de comunicação formal da Tesla, não recebemos nada.
Disse Aaron Luque, CEO da Envirospark, empresa instaladora de carregadores da Tesla.
Tesla arrecada cerca de 13% das ajudas governamentais nos EUA
Uma desaceleração no lançamento da infraestrutura de carregamento da Tesla seria um revés para a agenda de energia limpa do presidente Joe Biden também. Em fevereiro de 2022, a administração Biden disse que estava a distribuir cinco mil milhões de dólares em financiamento para construir 500.000 carregadores de VE nos EUA.
A Tesla é uma grande beneficiária do financiamento federal. Recebe quase 13% de todos os prémios de carregamento de VE da lei de infraestrutura bipartidária de Biden, informou o Politico em fevereiro. A empresa tem atualmente mais de 50.000 Superchargers a nível mundial.
A reação negativa à dissolução da equipa do Supercharger pode ter sido um fator crítico para fazer Musk mudar de ideias. O multimilionário passou as últimas duas semanas a controlar os danos, assegurando repetidamente que os supercarregadores da Tesla não iriam a lado nenhum.
A Tesla ainda planeia aumentar a rede de Superchargers, apenas a um ritmo mais lento para novos locais e mais foco em 100% de tempo de atividade e expansão dos locais existentes.
Disse Musk num post no X em 30 de abril.
E na sexta-feira, Elon Musk foi à sua rede social mais uma vez para esclarecer que a Tesla ainda estava comprometida em construir os seus Superchargers.
Só para reiterar: a Tesla gastará bem mais de 500 milhões de dólares a expandir a nossa rede de Supercharger para criar milhares de NOVOS carregadores este ano. Isto será apenas em novos sítios e expansões, sem contar os custos operacionais, que são muito mais altos.
Escreveu Musk.
A aparente reviravolta de Musk no negócio do Supercharger da Tesla ressalta os desafios que ele enfrenta ao tentar reposicionar a empresa como uma companhia de software de ponta.
No passado dia 5 de abril, Musk anunciou num post X que a Tesla lançaria o seu tão esperado robotaxi no próximo 8 de agosto. O responsável da Tesla chegou mesmo a dizer aos investidores, no mês passado, que os robôs Optimus da empresa poderiam tornar-se o ativo mais valioso da empresa.