Está quase a fazer um ano do dia em que a Argentina voltou a ser campeã do mundo. No país das Pampas foi realizado um documentário (Campeones, un año después, da Star) em que, esta terça-feira, surgiu Nico Otamendi, capitão do Benfica. E é emoção pura. Lembrando as dificuldades da sua mãe para que Nico conseguisse alcançar os seus sonhos enquanto jovem, o central argentino não conteve as lágrimas. «Apanhava três autocarros para ir treinar desde criança. Até os 13 anos, a minha mãe acompanhou-me e depois deixou de me acompanhar porque não tinha dinheiro para isso. Eu ia sempre com a roupa da escola para pagar apenas 10 cêntimos pelo bilhete do autocarro», começou por lembrar, recordando ainda dificuldades mais graves. «Às vezes só tinha dois pesos (moeda da Argentina) que a minha mãe me dava para comprar algo para comer. Mas eu sei que lhe custava muito me dar esse dinheiro. (...) Sabia que a minha mãe me dava o pouco que tinha para eu poder viajar e talvez ela não se alimentasse bem», atirou. Ora, por todas estas dificuldades, o título mundial acabou por significar muito para Otamendi e toda a sua família, conseguindo retribuir com o maior título do mundo todo o sacrifício da família. E talvez também por isso há uma ideia bem vincada na cabeça do capitão encarnado. «A seleção une-nos. É algo que se desfruta. Para mim não há melhor camisola que a do meu país sem dúvida. Todos podem dizer-te a mesma coisa. Não há um dia em que diga não vou mais para a seleção. A minha mentalidade no início de cada época foi estar na melhor forma para continuar a representar aa Seleção. Estando bem ou estando mal, nunca pensei renunciar à camisola do meu país», esclareceu.