Energia mais determinante na inflação subjacente europeia do que cadeias logísticas, diz Goldman Sachs

9 meses atrás 72

O banco de investimento afirma concordar em termos gerais com a análise do BCE que colocava maior ênfase na questão logística, mas a sua análise conclui que a componente energética foi mais determinante na subida da inflação core na zona euro. Projeção agora passa por 2% a fechar o ano.

A inflação subjacente na zona euro deve cair mais abruptamente do que o Banco Central Europeu (BCE) projeta, fechando este ano já nos 2% de objetivo da autoridade monetária antes de cair ligeiramente abaixo deste nível em 2025, isto dado o alívio na componente energética. A projeção é da Goldman Sachs, que identifica um impacto mais significativo da energia na dinâmica da inflação do que dos problemas nas cadeias logísticas, ao contrário do apontado pelo BCE.

O banco de investimento norte-americano fala num “papel claro da energia e alimentação na inflação subjacente”, admitindo também um impacto das cadeias logísticas, embora menos determinante. Este resultado fica ligeiramente desfasado da avaliação do BCE, que colocava mais ênfase no fenómeno ligado às cadeias de fornecimento, mas é “geralmente consistente” com a avaliação da autoridade monetária.

O modelo utilizado pelo banco norte-americano estima ainda um efeito não-linear da inflação dos bens energéticos e alimentares não-transformados no indicador subjacente, alertando que “os efeitos separados dos constrangimentos nas cadeias de fornecimento são mais difíceis de isolar, dado que os países no painel observaram atrasos de igual magnitude nos tempos de entrega”.

A expectativa da Goldman Sachs é, portanto, que a inflação subjacente continue a cair de forma assinalável este ano, devendo chegar a 2% em termos homólogos no último trimestre de 2024, antes de cair ligeiramente abaixo desse valor no ano seguinte. Estas estimativas ficam em linha com as anteriores apresentadas pelo banco de investimento, que apontava para uma redução significativa deste subindicador durante o ano corrente.

Tal contraria as projeções atualizadas do banco central, que aponta que 2,7% de inflação core no último trimestre deste ano, isto numa análise homóloga.

Recorde-se que a Goldman Sachs é um dos bancos de investimento que tem apontado a cortes de juros mais cedo do que o BCE tem querido projetar, argumentando que a inflação tem evoluído de forma mais favorável do que a autoridade monetária esperava. Acresce a isto as dificuldades ao nível da economia real europeia, que se mantém perigosamente perto de uma recessão, o que deve precipitar uma normalização da política monetária a arrancar já em abril.

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