Ensaio – Kawasaki Z500 SE – mini streetfighter

2 meses atrás 57

A gama Z da Kawasaki é por demais conhecida. Para os que já possuem carta de condução mas não podem, ou não pretendem, aventurar-se com modelo muito potentes e pesados, a marca de Akashi propõe esta Z500, uma utilitária que fará sonhar com voos mais altos. Esta versão SE é a mais equipada.

A cilindrada de 500 cc sempre foi uma das mais famosas um pouco por todo o lado Nos últimos anos perdeu algum fulgor, mas durante muito tempo tanto servia para a classe rainha do Mundial de Velocidade – com motos incríveis a dois tempos – como também para escola de muitos motociclistas através de diversas motos utilitárias, normalmente japonesas, equipadas com motores bicilíndricos. E se as motos de há 20 ou 30 anos atrás pareciam (e eram na verdade) mais corpulentas, há que notar que esta Z500 evoluiu a partir de modelos de cilindrada mais baixa, por isso sim, esta é mesmo uma moto leve, estreita e fácil de conduzir, como convém a qualquer recém encartado, do sexo masculino ou feminino.

SEGMENTO

A Kawasaki surge forte este ano nesta cilindrada, com diversos modelos equipados com o mesmo bicilíndrico paralelo. Falamos da naked Z500, da desportiva Ninja 500 e ainda da cruiser Eliminator 500, testada na nossa edição do mês passado. Falando especificamente da gama Z, onde encontramos motos naked de aspeto moderno e desportivo, normalmente apontadas para um público mais jovem, temos um segmento que começa com a monocilíndrica Z125, passa pela Z400 que deu origem ao modelo deste teste, prossegue com a Z650 (todas estas bicilíndricas) e continua com motos tetracilíndricas de prestações já bem elevadas: através da bem conhecida Z900 e com a incrível Z H2, isto com algumas versões SE e/ou Performance pelo meio.

CARACTERÍSTICAS

Para 2024 o motor sofreu melhorias e a cilindrada subiu então dos 399 para os 451 cc, embora a denominação seja clara, esta é uma 500! A potência máxima manteve-se igual, 33,4 Kw (45,4 cv) de potência, o que quer dizer que ainda dava para subir um pouco mais até aos 35 Kw tendo em conta o limite para a carta A2. Ainda assim, existem boas notícias, já que este motor de 2 cilindros paralelos possui embraiagem assistida e deslizante e sofreu diversas melhorias internas, pelo que em termos de prestações está muito mais cheio nos baixos e médios regimes, e isso sente-se bastante em estrada, com uma resposta sempre viva. A potência máxima surge às 9.000 rpm, enquanto o valor máximo de binário é de 42,6 Nm às 6.000 rpm, números obtidos num moderno motor de refrigeração líquida, dupla árvore de cames e 4 válvulas por cilindros, sendo a caixa de 6 velocidades.

Face à anterior Z400, esta 500 também evoluiu esteticamente. Deixou de parecer tanto uma moto utilitária citadina e agora está com um aspeto muito mais desportivo, parecendo quase uma Z900. Contudo, continua a ser uma moto muito estreita, leve e muito fácil de conduzir na cidade e que foi melhorada também na iluminação LED, o que se nota na condução noturna,

A versão que testámos foi a Z500 Special Edition, portanto dá nas vistas pela cor específica do conjunto, também pela decoração das jantes que se veem muito bem à distância, igualmente pela presença, da “belly pan”, ou bico de pato, como preferirem chamar, e de uma entrada USB-C. Diferenças ainda no painel de instrumentos, que nesta SE é um TFT em vez do LCD, mas apesar disso, ambas as instrumentações possuem conetividade com o nosso smartphone e com a App da Kawasaki.

ERGONOMIA E CICLÍSTICA

Nesta Z500 o conforto foi melhorado através de um assento que está agora mais macio e consequentemente mais confortável. O do passageiro continua a ser pequeno, no entanto não é tão rijo quanto esperávamos. Na ciclística temos de dar destaque à travagem, pois encontramos um disco gigante na dianteira, de 310 mm, assistido por uma pinça de 2 êmbolos. Destaque para a presença de um quadro tipo treliça, em aço, para a forquilha dianteira de 41 mm que é convencional (atrás monoamortecedor com sistema progressivo e ajustável na pré-carga da mola) e para a rodas de 17” que montam pneus que revelam as intenções citadinas neste modelo, com um 110 dianteiro e um 150 atrás. Ainda em termos de números, referir que o assento está a 785 mm do solo, o depósito possui 14 litros de capacidade e o peso em ordem de marcha é de 172 kg. Se avançarem com a compra de uma Z500, tenham atenção também à lista de acessórios, com componentes que poderão oferecer superior conforto e proteção, além de uma estética diferenciada.

O MELHOR Motor nos médios regimes / Facilidade de condução / Comportamento da ciclística

A MELHORAR Índice de vibrações

CONDUÇÃO

Para este teste pegámos numa Z500 SE que estava novinha em folha! Fomos fazendo quilómetros e a facilidade de condução e agilidade foi a nota dominante, fazendo lembrar mais uma atual 300 do que as utilitárias 500 de antigamente. A posição de condução é muito boa, ligeiramente sobre a frente com um bom guiador e o assento é ligeiramente duro, sem ser desconfortável. Gostámos sempre das linhas do conjunto, de cada vez que conduzíamos esta moto, e a instrumentação é igualmente completa e agradável. O motor é divertido e forte (com a sonoridade que se esperava), em especial nos médios regimes, mas consegue levar facilmente esta moto para além dos 170 km/h, e tanto em termos de travagem como de suspensões esta é uma moto equilibrada, com o amortecedor traseiro a protestar apenas um pouco em mau piso. Um dos aspetos menos positivos que encontrámos foram as elevadas vibrações em diversos regimes (até ao ralenti se nota) que nem incomodam muito nas mãos e pés, mas que passam para os espelhos retrovisores e dificultam a visão do que se passa atrás de nós. A caixa de velocidades apresenta um bom escalonamento, é de um funcionamento muito suave e agradável – somente pareceu um pouco difícil encontrar o ponto morto – e os pneus Dunlop GPR 300 também ajudaram ao bom comportamento geral, tanto a seco como à chuva. Quanto ao consumo, efetuámos uma média que andou entre os 4 e os 4,5 l/100 km, números perfeitamente normais para a categoria. Uma moto que cumpriu perfeitamente com o que prometia, sendo fácil, ágil, divertida e potente na mesma proporção, para facilitar a vida aos novos encartados que gostam de motos naked desportivas.