Ensaio – Kymco DTX 125 – corpo aventureiro

8 meses atrás 85

Após alguns anos com dificuldades várias no mercado nacional, a Kymco foi “resgatada” pela Multimoto em 2022, pelo que 2023 promete ser um ano de (re)afirmação para a marca de Taiwan em solo luso. Esta DTX é um dos modelos mais recentes e de linhas mais modernas!

A Kymco tem obtido um crescimento grande nos diversos mercados europeus nos últimos anos, e no nosso país vizinho há algum tempo que se bate de igual para igual – no que diz respeito aos números de scooters vendidas – com as marcas japonesas. Conhecidas pela sua fiabilidade e robustez, as scooters da Kymco oferecem, regra geral, uma boa relação preço/qualidade. Fomos testar a nova DTX, uma scooter com um aspeto moderno e aventureiro, e tentar perceber se esta nova geração mantém os padrões das suas antecessoras.

ESTILO DIFERENCIADO

Fonte:Motociclismo

Algo que salta imediatamente à vista nesta Kymco é o seu estilo particular, como se de uma trail se tratasse. É verdade que não é uma novidade no mercado “automático” das duas rodas, mas é interessante ver cada vez mais marcas a apostar nestas motos “SUV”. Com um aspeto robusto e umas linhas bem rasgadas, a DTX vem equipada com uns pneus CST mistos, a que se junta proteções de mãos de forma a completar o visual mais todo o terreno. O guarda-lamas frontal superior como parte integrante da carenagem também nos transporta para uma realidade mais focada no fora de estrada. Já a elegante iluminação full LED realça a agressividade deste modelo, oferecendo simultaneamente um aspeto mais citadino e sóbrio.

CORAÇÃO REGUILA E CORPO SÓLIDO

Fonte:Motociclismo

Todo o visual da Kymco DTX faz crer que estamos perante uma 125 cc que nos vai dar algumas alegrias. E é verdade. O motor desta scooter conta com 12,8 cv de potência às 9.000 rpm e um binário máximo de 10,9 Nm às 7.500 rpm, e apesar da velocidade de ponta ser relativamente baixa devido a uma transmissão curta, isso beneficia a resposta do acelerador nos arranques e deslocações citadinas de forma a movimentar os seus 179 kg. O tato no punho direito não é dos mais precisos, mas a resposta é pronta e agradável. Mesmo com subidas íngremes pela frente, a DTX mantém bem o fôlego e não protesta por mais acelerador. De forma a acompanhar toda esta energia, a Kymco equipou a DTX com uma forquilha telescópica de 110 mm de curso e duplo amortecedor traseiro com 100 mm de curso, a que se juntam 5 posições de ajuste de pré-carga. Este conjunto proporciona uma boa absorção dos ressaltos na estrada, essencialmente na dianteira, uma vez que a traseira revelou ser algo “saltitona”, mesmo com o ajuste na pré-carga da mola. A agilidade revelou ficar um pouco comprometida devido aos pneus mistos que equipam de série a DTX – algo que podemos melhorar certamente com uma borracha diferente – e mesmo fora de estrada, esta scooter é capaz de umas boas deslocações até às praias da Costa da Caparica, mas não contem com muito mais do que alcatrão com alguma gravilha, seja pela altura ou capacidade de absorção das suspensões. A travagem acompanha o restante conjunto, não sendo a mais mordaz e sofisticada, mas com um bom tato e potência adequada às necessidades desta DTX.

ERGONÓMICA E TECNOLÓGICA

Fonte:Motociclismo

Assim que nos sentamos na Kymco DTX tudo parece bastante natural. A posição de condução é correta, com espaço para as pernas, um assento largo e um guiador que se posiciona à altura ideal. Contudo, o assento poderia ser um pouco mais confortável, uma vez que revelou algum desconforto em deslocações um pouco mais longas. Ainda assim, todo o conjunto está bem desenhado e proporciona uma posição agradável e boa proteção contra os elementos, incluindo o vento, que não se faz sentir de forma acentuada, mesmo com um ecrã frontal relativamente pequeno. Podemos também incluir aqui – na ergonomia – a localização do painel e botões de navegação do mesmo, que se apresentam fáceis de utilizar e intuitivos.

O MELHOR Design, motor, posição de condução A MELHORAR Preço, visibilidade do painel

Por sua vez, o painel digital tem a informação bastante visível – e um velocímetro com números bastante generosos no que diz respeito às dimensões – mas peca um pouco quando colocado diretamente debaixo da luz solar, ficando mesmo com alguma informação impercetível. Além do painel totalmente digital, a Kymco não deixou escapar a oportunidade de equipar esta scooter com vários gadgets como uma tomada USB de 5V no compartimento frontal do lado esquerdo e também no centro do guiador, para carregar o telemóvel ou um GPS. O sistema keyless também está presente na DTX e temos de confessar que funciona bem, mas tem um truque que nos fez duvidar da nossa capacidade de colocar a moto a trabalhar. Ainda assim, pode funcionar bem como uma proteção anti roubo. Quanto ao facto de possuir controlo de tração, pode parecer algo sem importância numa scooter desta cilindrada, mas o facto é que esse sistema ajudou bastante numa subida pronunciada que fizemos em gravilha, pelo que, mesmo que não necessitem muito desta ajuda, está lá para o que der e vier.

A INFLAÇÃO

Fonte:Motociclismo

E se é verdade que falámos da capacidade da Kymco em oferecer bom equipamento e boas scooter a um preço apelativo, a DTX não se enquadra tanto nesse prisma, ou pelo menos não tanto como no passado. Contamos com muita tecnologia, desde o sistema keyless, à iluminação full LED, ao controlo de tração ao painel totalmente digital; e também existem bons acabamentos, bastante espaço debaixo do assento e ainda um visual diferenciado, mas com um custo. E no caso da DTX um custo talvez demasiado elevado no nosso mercado, quando comparado com a concorrência. Esta nova scooter vinda de Taiwan tem muito para oferecer e de forma sólida, mas a inflação pode ser o maior inimigo da Kymco nesta DTX.

KYMCO DTX 125