ENTREVISTA | Custódio Castro: «Fase de subida vai contribuir para a maturação dos jogadores»

É a hora de todas as decisões na Liga 3! 

Depois de uma primeira fase disputada em duas séries, os quatro primeiros classificados da Série A e os quatro primeiros classificados da Série B 'juntam-se' agora num campeonato de 14 jornadas para discutirem o acesso à 2ª Liga.

Numa prática que já vem sendo comum, o zerozero entrevistou os treinadores dos clubes em questão, numa conversa na qual foi feito não só o rescaldo da fase regular da prova, mas também a antevisão da fase de subida.

O SC Braga é um dos clubes que mais tem crescido em Portugal, sendo esta premissa também comprovada pelos resultados que os minhotos têm alcançado a nível de formação. A equipa B dos arsenalistas prepara-se para disputar a fase de subida da Liga 3 pelo terceiro ano consecutivo e o treinador Custódio Castro vincou o desejo de ver os Gverreiros darem um passo em frente no que ao nível competitivo em que se encontram diz respeito.

O primeiro jogo do SC Braga, que terminou a fase lugar no quarto lugar, é frente ao Alverca, no domingo (11 horas).

Zerozero: Ainda que o SC Braga B não seja a única equipa a ter chegado à fase de subida da Liga 3 nas três edições da prova, o facto de estarmos a falar de um contexto de equipa B dá maior dimensão ao feito? 

Custódio Castro: É efetivamente um contexto muito diferente de todas as outras equipas, mas é algo desafiante tanto para treinadores como jogadores. A nossa função passa muito por ajudarmos e servirmos a equipa A, mas queremos que os jogadores cresçam aqui. Aliar isso às nossas metas em termos de classificação é também um grande objetivo que temos. Sentimos que saímos todos valorizados, num clube como o SC Braga é fundamental conseguirmos alcançar aquilo a que nos propomos. Um aspeto importante para nós é que conseguimos colocar três jogadores na 1ª Liga neste mercado de inverno.

ZZ: Pegando exatamente por aí, dois dos três melhores marcadores da equipa, neste caso o Luís Asué e André Laximicant, deixaram a equipa neste mercado de transferências. Que impacto pode ter esse dado no ataque à fase de subida?

CC: Percebo que se olhe objetivamente para isso, mas eu não o consigo fazer. Olho para isto como um desafio, não muda nada em relação aos nossos objetivos e às nossas ambições. Sentimos que isto valoriza o nosso trabalho, sentimos que era o momento de o Asué e o Laximicant saltarem para outros patamares depois de nos terem ajudado- e muito- nos nossos objetivos. Agora temos de preparar outros jogadores, temos de olhar sempre para o futuro do clube. Ninguém pode estar acima do clube, os jogadores são os seus ativos. Este parece-me o caminho certo a ser seguido, não podemos olhar para as coisas de uma forma muito egocêntrica e pensar que só conseguiríamos determinados resultados se estes estivessem cá.

ZZ: Em termos de preparação da equipa, o que é que muda- se é que muda alguma coisa- no ataque a esta fase de subida?

CC: Não muda nada, os jogadores sabem o clube que representam- aqui temos de ser ambiciosos- e a forma como a equipa técnica trabalha, já que não permitimos que a exigência se altere. É fundamental para nós crescermos perante estes contextos difíceis; no início da época, por exemplo, os resultados não estavam a aparecer. Sabemos que esta fase vai contribuir para a maturação jogadores, já que não conseguimos mudar a data de nascimento dos atletas. Só conseguimos que eles atinjam esses tais pontos de maturidade em bons contextos competitivos, que é o que a Liga 3 nos oferece. Jogar com equipas mais maduras faz com que os jogadores fiquem mais preparados para chegar à equipa principal ou à 1ª Liga.

ZZ: Está a trabalhar nesta reta final da formação (sub-17/sub-23/equipa B) há cerca de sete anos. Que balanço faz deste período?

CC: É um balanço muito positivo, era este o crescimento que queria para mim. Houve algumas etapas que foram saltadas precocemente e que, se calhar, não deviam ter acontecido; houve outras que aconteceram no momento certo. Isto é a vida, vamos sempre aprendendo. Faço isto por paixão e com o intuito de crescer e de poder acrescentar algo ao futebol. Tenho os meus objetivos bem definidos e a verdade é que os jogadores me têm ajudado a crescer muito. É certo que já tinha muita experiência como jogador, mas o papel de treinador é completamente diferente. Para além disso, o SC Braga tem-me permitido crescer bastante, até tendo em visto os objetivos que almejo a alcançar, nomeadamente a chegada à 1ª Liga.

ZZ: Como perspetiva esta fase de subida? Como olha para a mudança de formato da competição?  

CC: Os objetivos são claros, temos de olhar para todos os jogos com o intuito de os ganhar. As oito equipas são candidatas à subida de divisão, nós queremos olhar para o jogo a jogo sem queimarmos etapas. Vamos defrontar as sete melhores equipas da Liga 3 e isso é fantástico para os nossos jogadores, até no seguimento daquilo que estávamos a falar há pouco. Em relação ao formato, sou a favor que as equipas joguem todas contra todas, isso é benéfico para os nossos jogadores. Foi uma mudança fantástica, este é um modelo muito mais completo, muito mais inteiro. Vai ser bastante competitivo e enriquecedor.