Enviado chinês não vê "sinais de desanuviamento" mas consenso para negociar

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O enviado especial da China para a Eurásia afirmou hoje que não vê "sinais de desanuviamento" no conflito na Ucrânia, mas antes "um consenso crescente para as negociações de paz", apesar das "grandes diferenças".

Numa reunião com diplomatas em Pequim, Li Hui disse ter discutido com representantes da Suíça, durante uma visita recente à Europa, a possível organização de uma conferência de paz para a guerra na Ucrânia, que deve "ser reconhecida por Kiev e Moscovo" e incluir "todas as soluções de paz".

Li indicou ainda que, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e "país responsável", a China está empenhada em "mediar e promover a paz", sem "ficar indiferente" ao conflito na Ucrânia, informou o jornal oficial Global Times.

O diplomata chinês sublinhou a urgência de iniciar conversações de paz o mais rapidamente possível, dado o "contínuo agravamento do conflito" e lembrou que, durante a sua visita, entre 2 e 12 de março, à Rússia, Bruxelas, Polónia, Ucrânia, Alemanha e França, manteve conversações para a "resolução política da `crise` na Ucrânia", "trocando opiniões aprofundadas" e "mediando" entre as diferentes partes.

"O objetivo da nossa diplomacia nesta ocasião foi claro: manter uma comunicação aprofundada com a Rússia e a Ucrânia, os dois países envolvidos na guerra, bem como com as nações europeias em causa, e, com base nos últimos desenvolvimentos da situação atual, procurar em conjunto formas de resolução política da crise", disse Li.

De acordo com o responsável, a Rússia aprecia os esforços da China e reconhece que a crise na Ucrânia "deve ser finalmente resolvida através de negociações".

Li afirmou que a Ucrânia "atribui grande valor às suas relações com a China" e "está disposta a impulsionar as relações bilaterais e os laços comerciais" com Pequim, observando que Kiev aprecia a "posição equilibrada" de Pequim.

"Todas as partes esperam que a China desempenhe um papel maior e mais construtivo", acrescentou Li, afirmando que o seu país "pode continuar o esforço de mediação para acumular mais fatores positivos para as negociações de paz".

Durante a visita de Li, a sua segunda à Europa, altos funcionários da União Europeia manifestaram preocupação com os "volumes significativos" de produtos de dupla utilização e de tecnologia avançada exportados da China para o complexo industrial militar russo e instaram-no a limitar o envio desses bens.

Após a primeira viagem, feita no ano passado, Li lamentou "as dificuldades" em colocar a Ucrânia e a Rússia à mesa das negociações.

A China tem mantido uma posição ambígua durante a qual tem apelado ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e atenção pelas "preocupações legítimas de todos os países", referindo-se à Rússia.

Pequim também procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento com 12 pontos sobre a disputa em 2023, que foi recebido com ceticismo pelo Ocidente.

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