“Era uma forma de comprar o professor Rebelo de Sousa”: Salgado acusado de tentar aliciar Marcelo

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O antigo presidente da Semapa, Pedro Queiroz Pereira, que morreu em 2018, acusou Ricardo Salgado de ter tentado “comprar” Marcelo Rebelo de Sousa através da namorada do atual Presidente da República, algo que a defesa do ex-banqueiro negou em absoluto.

Um tinha o dinheiro mas não tinha o poder político, o outro tinha o poder político mas não tinha o dinheiro. Pedro Queiroz Pereira descreveu assim a relação entre o antigo presidente do BES/GES e do atual Presidente da República, num depoimento prestado em 2018 (poucos meses antes de falecer) e que foi conhecido esta terça-feira no âmbito do julgamento.

O antigo presidente da Semapa, que morreu em Ibiza em agosto de 2018, acusou Ricardo Salgado de ter tentado “comprar” Marcelo Rebelo de Sousa através da namorada do atual Presidente da República, algo que a defesa do ex-banqueiro negou em absoluto.

Na reprodução do depoimento de Pedro Queiroz Pereira ao Ministério Público, em janeiro de 2018, o empresário acusou Ricardo Salgado de comprar Marcelo Rebelo de Sousa entregando trabalho jurídico do BES à antiga companheira do atual Presidente da República, Rita Amaral Cabral, após a relação entre ambos se ter deteriorado com alguns comentários públicos do antigo líder social democrata sobre o BES.

“O doutor Salgado fez o seguinte: pega no Departamento Jurídico e manda entregar trabalhos de cobrança à doutora Rita Amaral Cabral, que tem um escritório de advocacia. Para quê? Para recuperar a relação com o professor Rebelo de Sousa. Se for, por exemplo, ao escritório da doutora Rita Amaral Cabral, mais de metade ou 60% do trabalho era o BES que dava. Era uma forma de comprar o professor Rebelo de Sousa”, afirmou o industrial falecido em 2018.

“O professor Marcelo Rebelo de Sousa é uma pessoa influente e todos sabemos que o doutor Ricardo Salgado é um homem poderoso em Portugal. Só que os interesses eram grandes demais, porque o professor Rebelo de Sousa tinha interesses políticos”, destacou Queiroz Pereira que referiu ainda que Marcelo “precisava também de ter dinheiro por trás”. Este industrial disse ainda que Ricardo Salgado “tinha o dinheiro mas não tinha o poder político”.

Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, não quis fazer muitos comentários às palavras do antigo líder da Semapa, por este já ter morrido, mas rejeitou a ideia expressa por Pedro Queiroz Pereira e considerou a tese “uma fantasia”.

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