ERC toma nota do fim dos noticiários de madrugada ao fim de semana na TSF

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O Conselho de Redação da TSF manifestou na quinta-feira à noite "profunda apreensão" com o fim dos noticiários nas madrugadas ao fim de semana e apelou para que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) se pronuncie "o mais rapidamente possível" sobre o processo administrativo à Global Media (GMG).

Questionada pela Lusa sobre qual é a posição do regulador relativamente ao facto da TSF deixar de ter noticiários de madrugada aos fins de semana a partir desde mês, fonte oficial "esclarece que tomou nota dessa circunstância e que se encontra a ser apreciada no âmbito do procedimento de averiguações em curso decorrente da deliberação ERC/2024/7 (OUT)".

Esta deliberação diz respeito à abertura de processo de averiguações relativo à situação do Grupo Global Media (GMG), o qual tem como objetivo "verificar da existência de uma alteração de domínio dos operadores de rádio não autorizada pela ERC com a entrada do acionista WOF na estrutura de propriedade" da empresa e "da ocorrência de uma modificação do projeto do serviço de programas TSF não aprovada" pela ERC.

Visa ainda "verificar das consequências do projeto de reestruturação em curso no Grupo Global Media sobre o pluralismo e a preservação das linhas editoriais dos diferentes órgãos de comunicação social do grupo", de acordo com a deliberação.

"Apelamos a que o mais rapidamente possível a ERC se pronuncie sobre o processo administrativo ao grupo Global Media e que, em paralelo, os acionistas encontrem uma fórmula de suprir o impasse em que o GMG se encontra", lê-se no comunicado do Conselho de Redação (CR) a que a Lusa teve hoje acesso.

O órgão expressa ainda "uma profunda apreensão perante duas situações que, neste momento, tornam o funcionamento da TSF ainda mais preocupante do que já era: o preenchimento das escalas das madrugadas e o funcionamento do 'site'".

Os jornalistas da rádio da Global Media foram "surpreendidos com a recente atualização do mapa com as escalas de fevereiro, que deixa de contemplar a existência de noticiários nas madrugadas de fim de semana, sendo que não é claro, porque não houve qualquer comunicação prévia, se se trata de uma situação apenas aplicável ao atual mês ou se é para manter daqui para a frente".

Esta supressão, adianta o CR, acontece, "em primeira instância, pelo facto da Comissão Executiva (CE), agora demissionária, não ter assegurado a renovação de contratos a dois jornalistas" e, "no seguimento, o diretor interino teve a garantia da CE de que seria possível contratar duas pessoas para editar as madrugadas".

Algo que o CR colocou reservas, já que a Comissão Executiva liderada por José Paulo Fafe, que apresentou a demissão na quarta-feira, tinha prometido à anterior direção - "por ela escolhida e que já integrava o diretor-geral e o atual diretor interino - a contratação de 10 estagiários para reforçar a redação", o que não foi cumprido.

No entretanto, enquanto estas contratações não avançassem, "o diretor interino equacionou algumas soluções temporárias, como recorrer às equipas de forma que colmatassem os dias em falha".

Na altura "foi explicado pelos editores ao diretor interino, este método traria o risco sério de tornar a gestão das equipas ainda mais difícil do que já é", já que a redação está a funcionar "abaixo dos mínimos", com salários em atraso e sem receber o subsídio de Natal.

"E convém não esquecer que se aproxima um período de campanha eleitoral, que já vai implicar a redução de alguns elementos das equipas", recorda o CR.

"Não sendo possível ultrapassar o problema com a única saída que lhe restava, o diretor interino decidiu abdicar das notícias nas madrugadas de fim de semana" e "chegados aqui - e reiterando a perplexidade pelo facto de uma decisão desta magnitude não ter sido previamente explicada à redação pelo diretor interino - entendem os membros eleitos do CR sublinhar que estamos perante mais uma consequência do clima de anormalidade funcional, provocado pela gestão errática e, por vezes, caótica da CE agora demissionária", refere o órgão, no comunicado.

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