Espanha alinha-se com a Turquia sobre o conflito em Gaza e por isso é “farol da humanidade”: 255 dias de guerra

3 meses atrás 89

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, considerou que a Espanha é um "farol de humanidade" pela posição adotada em relação ao conflito em Gaza e pelo reconhecimento da Palestina como um Estado.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, que cita meios de comunicação social turcos, Erdogan mostrou-se satisfeito por a Espanha partilhar "os sentimentos e as preocupações" da Turquia em relação ao que descreveu como "massacres de Israel que desrespeitam o direito internacional", referindo-se aos ataques de retaliação contra os atentados do grupo islâmico Hamas que fizeram 1400 mortos a 7 de outubro.

"O apoio do senhor Sánchez [primeiro-ministro espanhol] à legítima luta palestiniana, apesar de todas as pressões, é louvável. Continuaremos a agir em solidariedade com a Espanha para resolver o conflito israelo-palestiniano", disse Erdogan aos jornalistas que o acompanharam numa viagem de avião de volta à Turquia, após uma visita a Espanha e a Itália, onde participou na reunião do G7 (grupo dos países mais industrializados).

Segundo o chefe de Estado turco, Espanha é "um farol que guia a humanidade na escuridão" e o reconhecimento da Palestina como um Estado vai abrir fraturas entre os países que apoiam Israel. A retaliação israelita pelos ataques do Hamas de a 7 de outubro já matou 37.296 pessoas em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.


Erdogan criticou o facto de os Estados Unidos da América terem bloqueado as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) de apoio a Gaza, mas disse acreditar que Washington estava irritado com a "arrogância crescente" de Israel.

O Governo espanhol reconheceu formalmente a Palestina como Estado no final de maio. O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, escreveu na altura na rede social X que Espanha partilha com os países árabes "a vontade e o compromisso de pôr fim à violência e tornar realidade a solução dos dois Estados".


Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ Oito militares israelitas, incluindo um capitão, foram mortos hoje num "incidente grave" ocorrido durante uma operação em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, anunciou o Exército de Israel. Os oito soldados morreram "durante uma atividade operacional no sul da Faixa de Gaza". De acordo com vários meios de comunicação social israelitas, as mortes ocorreram quando o veículo blindado de transporte de pessoal em que seguiam explodiu.

⇒ O exército dos Estados Unidos anunciou a destruição de sete radares usados no Iémen pelos rebeldes Hutis para preparar ataques contra navios mercantes no mar Vermelho e no golfo de Aden. O Comando Central do exército dos EUA (Centcom), responsável pelo Médio Oriente, disse na sexta-feira à noite que os radares, situados em território controlado pelo Hutis, permitiam aos rebeldes atingir "navios e pôr em perigo a navegação comercial".

⇒ Agências da ONU alertaram para o risco de níveis catastróficos de fome voltarem a ser registados na Faixa de Gaza e para o agravamento da crise sanitária na Cisjordânia ocupada. O Programa Alimentar Mundial (WFP, na sigla em inglês) da ONU disse na sexta-feira temer que a fome sentida anteriormente no norte de Gaza regresse, mas agora ao sul do enclave palestiniano, numa altura de elevadas temperaturas. Num comunicado, o WFP sublinhou que atualmente um milhão de pessoas, expulsas da cidade de Rafah pela ofensiva israelita, se encontram "numa zona muito congestionada junto à praia, sob o calor escaldante do verão".

Pode rever as principais notícias sobre a Guerra no Médio Oriente desta sexta-feira aqui.

Ler artigo completo