Especialistas querem medicamentos para obesidade comparticipados

2 horas atrás 22

No dia em que a Assembleia da República acolhe uma conferência para debater as soluções para agilizar o acesso a consultas e tratamentos, a presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), em declarações à Lusa lembrou que, 20 anos depois de Portugal considerar a obesidade uma doença crónica, "muito pouca coisa foi feita".

"É preciso tomar medidas. Há todo um processo assistencial integrado de obesidade que é preciso pôr em prática", disse Paula Freitas, referindo que é preciso aumentar o acesso.

Destacou a importância do tratamento farmacológico na obesidade e insistiu na necessidade de "pensar também em modelos de comparticipação".

A presidente da SPEDM considerou ainda que "este é o momento ideal" para agir e pediu que o tratamento da obesidade "seja uma prática na realidade e não apenas um programa no papel".

Na conferência, que contará com a presença da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, e do diretor executivo do Serviço Nacional e Saúde (SNS), Gandra d´Almeida, a SPEDM e a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) vão apresentar um pacote de quatro medidas para o combate da obesidade em Portugal.

Além da publicação do Processo Assistencial Integrado (PAI) da Obesidade, que estava previsto num despacho governamental de 2023, as sociedades apontam a necessidade de reforçar as ferramentas para garantir o acesso e monitorização, sugerindo um sistema de incentivos que inclua métricas "que impulsionem o reforço da resposta de cuidados" no controlo e combate à obesidade.

Paralelamente ao tratamento cirúrgico, a SPEDM e a SPEO chamam a atenção para a necessidade de otimizar as vias de acesso à consulta especializada e multidisciplinar de obesidade, comparticipar o tratamento farmacológico - "acompanhando a realidade de outros países europeus" - e definir critérios de acesso a estes tratamentos.

"Quando nós tratamos de obesidade, não estamos só a tratar a obesidade, estamos a tratar mais de 200 doenças associadas e estamos a tratar mais de 13 tipos de cancro", sublinhou a presidente da SPEDM.

Um estudo sobre o custo e a carga de obesidade em Portugal desenvolvido pela SPEO (referente a 2018) indicou que, em custos diretos com a obesidade e as doenças associadas, foi gasto 1,12 mil milhões de euros.

"Este valor é um absurdo. Portanto, é verdade que se gasta muito com a comparticipação, mas aquilo que se tem em termos de retorno a médio e a longo 

Ler artigo completo