Esquecer a Taça (com a ajuda) da Liga

7 meses atrás 83

Se derrotar um Golias já é raridade, imagine dois. Por consequência dos históricos feitos, aceder a uma inédita final de uma prova nunca conquistada. Bater o pé a novo (semi) Golias, chegar às grandes penalidades e, na lotaria das mesmas, perder. Fazer mais que o que a justiça exige, avistar o troféu, sentir a imortalidade e, ingloriamente, perder. A ferida, contudo, não tem tempo para sarar, porque esta quarta-feira há novo compromisso, em Vila do Conde.

Cada vez menos sol pelas praias do Estoril

As mágoas passadas têm, forçosamente, de ser postas atrás das costas. A posição no campeonato e a urgência de pontuar não permitem grandes pausas para lamentos. Há, como confidenciou Vasco Seabra na antevisão, que mudar o chip: «Já os sinto completamente ligados ao que estamos a fazer, por isso, para nós, todos os jogos continuam a ser a eliminar. Estamos a pensar só no Rio Ave.»

Uma mudança necessária face ao momento canarinho (excluindo, claro está, a memorável campanha na Allianz Cup). O sabor da derrota nos três últimos jogos do campeonato (e os 10 golos sofridos) amargou a boca aos adeptos estorilistas, que desceram à 15ª posição, apenas um ponto acima dos lugares que fazem franzir o nariz.

Arcos também a nublar

Curiosamente, nesse mesmo lugar está o Rio Ave. O 16º posto traduz-se no abominável lugar de play-off, prazeroso para as equipas da Segunda Liga nas últimas três temporadas. Uma vitória na quarta-feira permite aos rioavistas, não só abandonar a execrável posição, como ficar a três pontos do bem mais atrativo oitavo lugar.

O embate, nem a propósito, surge no último dia do mercado de transferências, oportuno para os vilacondenses, que já podem inscrever jogadores. Reforços como Adrien Silva, Marious Vrousai e Miszta, se entender Luís Freire, estão disponíveis para participar no encontro. Ausente por acumulação de amarelos está Miguel Nóbrega e André Pereira não vai a jogo por lesão.

Esta permissão para assinar com novos nomes foi abordada pelo técnico do Rio Ave: «O mercado de janeiro é sempre complexo, mas tem corrido como planeado, com jogadores que são adequados às nossas necessidades. Vamos ficar com uma equipa com mais soluções e capacidade para dar respostas a lesões e castigos. Ficaremos mais completos.»

Os ingredientes são bons. Dois jovens técnicos com receitas frescas e atrativas, mas o apetite só pode ser saciado com pontos. Com a mesa posta no Estádio dos Arcos, veremos quem os conquistará, na próxima quarta-feira.

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