Esta rede social paga aos utilizadores por verem anúncios

11 meses atrás 198

Uma rede social que paga aos utilizadores por verem publicidade? Sim, existe. Chama-se WeAre8 e foi criada no Reino Unido.

Tendo dado os primeiros passos em 2015 pela mão de Sue Fennessy, esta plataforma foi criada assente na ideia de que uma mudança diária coletiva pode fazer do mundo um lugar melhor. Pretende ser uma plataforma positiva, constituída por uma comunidade sem ódios, onde o utilizador é pago por qualquer anúncio que veja na aplicação. O dinheiro pode depois ser usado em seu próprio benefício ou para financiar instituições de caridade e de combate às alterações climáticas.

“Nós damos-te uma parte da nossa receita por cada anúncio que escolhas assistir na nossa aplicação de marcas como a Nike, Rexona, Virgin e outras mais. Dinheiro esse que podes guardar ou doar às nossas instituições parcerias como a UNICEF, The Starlight Children’s Foundation and The Great Barrier Reef Foundation“, refere-se no site da plataforma. A Médicos sem Fronteiras é outra das entidades parceiras.

Segundo explicou Fennessy à The Drum, cada vez que os utilizadores veem publicidade, recebem um micropagamento, podendo estes depois optar por doar o dinheiro ou guardá-lo, para depois o usar no pagamento de subscrições do Spotify, contas de telemóvel, entre outras opções.

O objetivo de Sue Fennessy foi criar uma alternativa às redes sociais (e os seus impactos sociais negativos) e aos modelos em uso no mercado de marketing digital, avaliado em 450 mil milhões de dólares (cerca de 410 mil milhões de euros), segundo Fennessy. Mais concretamente, o modelo da WeAre8 visa ser uma opção à “falta de eficiência, transparência e desperdício” de muitos dos modelos de publicidade em vigor.

Segundo declarações da criadora à The Drum, a WeAre8 é “como se o Instagram e o TikTok tivessem uma criança com o Change.org e o GoFundMe”.

Os utilizadores têm assim também a hipótese de escolher interagir ou não com a publicidade. Mesmo assim, um estudo da Lumen concluiu que a atenção dos utilizadores à publicidade na WeAre8 é 4.7 vezes superior à atenção concedida noutras redes sociais. O estudo, desenvolvido ao longo de três meses, envolveu anúncios de sete marcas na Austrália e Reino Unido e 800 inquiridos com idades entre os 18 e os 64 anos.

Segundo o inquérito, 80% dos inquiridos diz que a principal razão para assistir às publicidades passa por poder receber o dinheiro e doá-lo a uma instituição. Já 72% concordou que se sentiam valorizados por terem a opção de interagir ou não com os anúncios e 68% afirmou que a experiência com os anúncios os fez aprender mais sobre as marcas.

Os anúncios na WeAre8 registam também melhores resultados em termos de atenção e tempo de visualização por parte dos utilizadores, em relação a outras redes sociais, como o Instagram, Facebook ou TikTok:

Fonte: https://www.weare8.com/post/eyes-wide-open

Segundo Lizzie Young, CEO da WeAre8 Australia, citada em comunicado, este estudo veio demonstrar que “se a experiência com publicidade é uma troca mútua e benéfica entre a marca e o recetor, a recompensa para a marca é duplo [com a WeAre8]”. Young afirma ainda que a WeAre8 é a única plataforma a nível global que permite desenvolver uma estratégia de investimento responsável e um retorno de 60% do investimento para as pessoas e o planeta.

A plataforma conta com anúncios e criadores de conteúdo, mas diz também pretender colocar os amigos mais próximos uns dos outros, pelo que tem um feed exclusivamente dedicado aos amigos do utilizador, livre de anúncios ou algoritmos.

No seu compromisso com a sustentabilidade e um planeta melhor, a WeAre8 afirma que 1% do orçamento de cada campanha por parte das marcas vai para a Ecologi e outros projetos que tenham por objetivo beneficiar o planeta, a sua biodiversidade e comunidades locais. A plataforma não aceita a presença de marcas relacionadas com a extração de petróleo, tabaco, casas de apostas ou propaganda política.

A WeAre8 diz ainda ter “tolerância zero” para com o ódio, adiantando que usa tanto tecnologia de inteligência artificial como ações de moderação humanas para “manter a nossa comunidade segura”.

Esta rede social ainda é relativamente recente (foi criada em 2015), sendo que a aplicação está a caminho de atingir a marca de um milhão de downloads no Reino Unido, marca que a sua criadora espera alcançar em agosto 2023, conforme revelou à The Drum. Segundo esta publicação, os utilizadores da plataforma são maioritariamente jovens e um quarto deles vivem em Londres.

2023-04-23 20:00 ECO - Parceiro CNN Portugal / Rafael Ascensão

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